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Dois chineses que tentavam chegar à Itália e foram expulsos de lá por uso de documentos de outras pessoas, estão vivendo há um mês em uma área reservada do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Quando saíram da China, a primeira parada foi no Suriname, onde ficaram na casa de parentes. Mas decidiram seguir viagem e pegaram um vôo para Milão, com escala em São Paulo. Ao chegarem à cidade italiana, no entanto, eles foram expulsos e devolvidos ao Brasil por estarem com passaportes e passagens aéreas de outros chineses.

Em São Paulo, foram autuados por falsa identidade e pagaram uma multa de R$ 200 cada. O problema agora é que, sem documentos, não podem sair do aeroporto nem seguir viagem para o Suriname, onde ficaram os documentos originais, ou a China.

Assim, os dois chineses, que são primos, estão morando numa área restrita do Aeroporto de Guarulhos juntamente com outros passageiros que têm problemas na documentação. Eles só podem circular nessa área. À noite, ficam numa outra sala, que tem dois banheiros ao fundo e algumas poltronas reclináveis para dormir.

O caso dos chineses lembra a história do iraniano Karim Nasser Miran, que chegou há 10 anos ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, sem nenhum documento e até hoje vive por lá. A história inspirou Hollywood a filmar O Terminal, do diretor Steven Spielberg, com Tom Hanks no papel principal.

Os dois chineses só conseguiram uma advogada no Brasil depois de 20 dias.

- Eles não falam português, não conhecem nada do país e estão vivendo uma situação desumana, na minha opinião - diz a advogada Yang May.

Segundo a Polícia Federal, a responsabilidade pelos dois chineses é da companhia aérea. O delegado Marcelo Ivo de Carvalho, que atua no aeroporto, afirma que o caso agora é com o consulado chinês.

- Já fizemos contato e eles disseram que a nova documentação deles está sendo providenciada - disse o delegado.

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