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Pôr do sol no Capitólio, em Washington, onde Obama fará o juramento na próxima terça-feira para se tornar o 44º presidente dos Estados Unidos. O período de transição mostrou à nova equipe que realidade é bem diferente das promessas de campanha | Paul J. Richards/AFP
Pôr do sol no Capitólio, em Washington, onde Obama fará o juramento na próxima terça-feira para se tornar o 44º presidente dos Estados Unidos. O período de transição mostrou à nova equipe que realidade é bem diferente das promessas de campanha| Foto: Paul J. Richards/AFP

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  • Obama terá que convencer os americanos de que, para resolver a crise, terá de aumentar o déficit

Washington - Ao trabalhar nos preparativos finais para a sua posse, na próxima terça-feira, o presidente eleito Barack Obama concluiu, em intensivas reuniões com a sua equipe, que a situação mudou para pior desde as vésperas do dia 4 de novembro, quando foi eleito. Assessores dizem que no período de transição, entre a vitória eleitoral e a posse, houve "um choque de realidade". E ele é definido numa frase: a expectativa é que a presidência de Obama deverá ser menos modelada pelas questões discutidas ao longo da campanha eleitoral, e muito mais pelos problemas que ele está herdando.

O período de transição mostrou à sua equipe que o buraco, na verdade, é maior do que o imaginado. Por isso mesmo, a maior preocupação de Obama em sua primeira mensagem à nação e ao mundo, um minuto depois de seu juramento como presidente, será a de exibir uma clara busca de equilíbrio entre a descrição da profundidade da crise econômico-financeira dos EUA e a infusão de esperança de que não há mal que nunca acabe — mas que, para isso, será preciso trabalho árduo e sacrifício de todos.

Não é à toa, portanto, que Obama tenha passado as últimas semanas lendo o livro The Defining Moment (O momento de definição), de Jonathan Alter. Trata-se de um estudo sobre como o presidente Franklin D. Roosevelt, em plena Grande Depressão, tratou de informar detalhadamente o povo americano sobre aquela crise, e ao mesmo tempo garantir que o governo tinha em mãos um plano capaz de fazer o país dar a volta por cima.

Obama terá de redobrar seu notável poder de oratória e persuasão no primeiro discurso como presidente, ao anunciar as bases de seus quatro anos de governo — dosando as más notícias com as iniciativas planejadas para, pelo menos, cicatrizar as feridas.

Dias atrás, em sua despedida formal à nação, o presidente George W. Bush ressaltou que o maior desafio de Obama será o terrorismo internacional. Este, porém, está mais preocupado com uma tarefa mais urgente: evitar uma total implosão financeira doméstica.

A questão é que, ao esmiuçar as finanças do governo, ele se deu conta de que o problema mais angustiante — o déficit orçamentário — é, na verdade, dez vezes mais extenso do que imaginava. Ou seja: o déficit recorde de US$ 1,2 trilhão previsto para este ano (equivalente a 8% do produto interno bruto) deverá se repetir anualmente ao longo de uma década.

Essa projeção acaba de ser feita por Peter Orszag, que será o chefe do Escritório de Gestão e Orçamento, da Casa Branca: "O desafio mais premente a curto prazo é dar um impulso na economia para que ela saia da maior crise que já tivemos desde a Grande Depressão. Mas o desafio-chave a longo prazo será colocar o orçamento numa trilha mais sustentável", disse Orszag.

Discurso

O discurso da posse vai conter, sobretudo, uma mensagem subliminar aos americanos. A de que será preciso uma mudança de cultura, que faça valer daqui por diante um antigo conceito: o de que o trabalho árduo e a responsabilidade passem a ser recompensados.

O mais espinhoso para Obama, ao dar esse recado à nação, será convencer os americanos de que para apagar um incêndio ele terá que, primeiro, aumentá-lo. Isto é: embora o déficit previsto para este ano seja de US$ 1,2 trilhão ele terá de ampliá-lo, injetando pouco mais de US$ 800 bilhões apenas em 2009. Pois sua equipe acredita que só mesmo usando essa espécie de cheque especial ele conseguirá tirar a economia de seu estado de estagnação e, mais adiante, utilizar os rendimentos desse impulso para ir, aos poucos, neutralizando o saldo negativo.

O trabalho mais delicado, politicamente, será o de dizer ao público que a volta à normalidade só acontecerá daqui a oito ou dez anos. "Muita coisa vai depender do discurso de posse. Se Obama for capaz de, ao mesmo tempo, instilar a confiança do povo no governo e nele mesmo, durante esse discurso, e se for capaz de implementar uma série de iniciativas que pareçam tão ousadas quanto promissoras, ele conseguirá o êxito alcançado por Roosevelt (na época da Grande Depressão)", previu William Leuchtenburg, professor emérito de História da Universidade da Carolina do Norte e autor de vários livros sobre Roosevelt.

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