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Pelo menos 35 pessoas ficaram feridas, duas delas em estado crítico, em choques armados entre seguidores do grupo islâmico Hamas e do nacionalista Fatah nas ruas de Ramallah, na Cisjordânia, e também em Nablus, informaram nesta sexta-feira fontes médicas e testemunhas. Os enfrentamentos ocorreram durante uma manifestação do Movimento de Resistência Islâmico em protesto contra o ataque , na quinta-feira, à comitiva do primeiro-ministro palestino Ismail Haniyeh, em Rafah. No episódio, que o Hamas afirma ser obra da guarda do presidente palestino Mahmud Abbas, o filho mais velho de Haniyeh ficou gravemente ferido e um segurança do premier morreu.

O porta-voz do Hamas, Ismail Radwan, leu hoje um comunicado do grupo em entrevista coletiva realizada em Gaza, acusando diretamente Mohammed Dahlan, deputado do Fatah na localidade de Khan Yunes, de "liderar uma revolta para derrubar o Governo".

- Foi uma tentativa de assassinato executada por traidores liderados por Mohammad Dahlan - afirmou. - Mohammad Dahlan tem responsabilidade pessoal por esta tentativa de assassinato - acrescentou.

Dahlan, que já foi ministro de Segurança Interna e chefe da poderosa força de Segurança Preventiva de Gaza e é um inimigo declarado do movimento islâmico desmentiu as acusações.

- Rejeito as acusações que buscam acobertar os fracassos nos campos da segurança, política e economia. O Hamas sempre procura pretextos para esconder suas falhas - disse.

O comboio oficial de Haniyeh foi atacado a tiros, na quinta-feira, por homens armados não identificados quando tentava cruzar o posto de fronteira de Rafah, onde o primeiro-ministro permanecera retido durante várias horas por ordem do ministro israelense de Defesa, Amir Peretz.

Autoridades israelenses suspeitavam que Haniyeh tentava retornar à faixa de Gaza com uma grande soma de dinheiro (cerca de US$ 35 milhões), procedente de doações obtidas na viagem a países como Irã, Síria e Sudão. A imprensa israelenses acredita que Haniyeh e o Hamas destinariam o dinheiro a suas forças militares, para se consolidar no governo.

Liberado após sete horas, o primeiro-ministro atravessou a fronteira sem o dinheiro. Segundo Ghazi Hamad, porta-voz do governo palestino, a soma arrecadada seria depositada num banco egípcio. Em declarações à rede de televisão Al Jazira, Hamad disse que "havia sido acertado com o presidente Mahmoud Abbas que o primeiro-ministro Haniyeh depositaria o dinheiro no Egito e entraria em Gaza sem nada. O dinheiro, então, seria legalmente transferido ao governo".

Em resposta à atitude israelense, centenas de militantes do Hamas invadiram e saquearam o posto de controle alfandegário de Rafah e trocaram tiros com a polícia. Ao menos 15 pessoas ficaram feridas, segundo fontes médicas palestinas.O corpo do segurança do primeiro-ministro, morto na quinta-feira

Nesta sexta-feira, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, lamentou o incidente que vitimou o guarda-costas do primeiro-ministro palestino, segundo informou a agência de notícias palestina governista Wafa.

Segundo fontes palestinas, Abbas pode anunciar neste sábado uma consulta popular para antecipar as eleições em Gaza e Cisjordânia.

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