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Islamabad (Das agências internacionais) — As fortes chuvas que caíram ontem sobre a Caxemira paquistanesa e os saques a caminhões que transportam ajuda complicavam a resposta de emergência ao terremoto de magnitude 7,6, que no sábado abalou o Paquistão e, em menor escala, a Índia e o Afeganistão. O número oficial de mortos chegou ontem a 23 mil — horas depois da revisão da cifra de 33 mil mortes mencionada pelo ministro do Interior, Aftab Ahmed Sherpao. Fontes extra-oficiais já calculam que o número final vai superar os 40 mil. Os desabrigados, segundo o governo paquistanês, são mais de 2,5 milhões e os feridos são cerca de 50 mil.

A situação é mais complicada na região de Muzaffarabad, capital da Caxemira paquistanesa, onde se estima que milhares de pessoas estão soterradas. Uma tempestade de granizo impediu a chegada das equipes de resgate à região montanhosa. O forte cheiro de corpos em decomposição toma conta da cidade e as autoridades temem a propagação de epidemias.

Para os sobreviventes a dificuldade também é grande. Ao relento, as famílias que perderam tudo improvisam fogueiras para espantar o frio. À espera de alimentos, homens e mulheres se aglomeram em torno das caminhões com ajuda humanitária.

Veículos que transportavam alimentos até o estádio de futebol da cidade, convertido em centro de refugiados, foram saqueados por uma multidão de famintos. Dezenas de pessoas subiram na parte traseira dos veículos, agarrando garrafas de água e a maior quantidade de alimentos que podiam carregar. "Não podemos esperar que a comida seja distribuída de maneira adequada", disse Ali Khan, operário da construção civil que não comia desde sábado. "Estou desesperado por comida e vou tomá-la", completou.

Água

A Organização Mundial da Saúde advertiu que se a crise de abastecimento de água potável não for solucionada rapidamente, o risco de epidemias aumentará nos próximos dias.

O ministro paquistanês da Saúde, Muhammad Nair Khan, advertiu sobre a ameaça de que ocorram epidemias nas áreas afetadas pelo terremoto. O ministro acrescentou que doenças como cólera, tétano e diarréia poderiam se estender a estas áreas. O governo diz estar enviando equipes para vacinar os desabrigados em áreas como Muzaffarabad e Mashera. Há cerca de 1 milhão de desabrigados na região.

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