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Uma equipe internacional de cientistas anunciou, nesta segunda-feira, ter seqüenciado o genoma do mamute lanudo (Mammuthus primigenius), que viveu no Hemisfério Norte e se extinguiu há cerca de dez mil anos. O trabalho permitiu, pela primeira vez, a comparação dessa espécie antiga com as populações de elefantes modernos, mostrando que o animal era mais parecido com a espécie da Ásia, contaram os responsáveis pelo estudo, que será publicada nas revistas 'Science' e 'Nature' desta semana.

Os pesquisadores retiraram 200 miligramas do fóssil de um mamute de cerca de 28 mil anos, encontrado enterrado no solo do norte da Sibéria. O DNA foi extraído e submetido a uma nova técnica chamada 'reação em cadeia de polimerase multiplexa', através do qual são usados diferentes instrumentos para copiar 46 amostras de seqüência em separado. Essas amostras foram rearranjadas em ordem, dando um registro completo do DNA mitocondrial do mamute, com cerca de cinco mil letrinhas do DNA para comparação com diferentes espécies.

O genoma completo não foi codificado. mas os especialistas acreditam que com a alta porcentagem de DNA endógeno recuperável deste único mamute seja possível decifrar todo o código com a ajuda da Paleogenômica.

Os cientistas também puderam analisar a informação nuclear do genoma. Até então, a análise de DNA das organelas da mitocôndria era o único método através do qual é possível estudar o DNA de animais da antiguidade. No entanto, o genoma da mitocôndria contém apenas uma pequena fração da informação genética do organismo - cerca de 0,0006% no caso de um mamífero. É no DNA nuclear que estão os cromossomos com a maior parte das informações de hereditariedade.

A equipe comparou o DNA do mamute com os elefantes modernos e descobriu que a espécie da Ásia é a mais próxima da antiga fera. Mas por pouca diferença. Segundo o cientista Michael Hofreiter, do Instituto Max Plank, parece que os animais africanos se diferenciaram há seis milhões de anos. Já os asiáticos e os mamutes só passaram pelo processo 440 mil anos depois, algo bem parecido com o que ocorreu com os gorilas, chimpanzés e humanos.

Além da equipe do Instituo Max Planck, participaram do estudo especialistas da Universidade McMaster, no Canadá; da Universidade do Estado Penn, dos Estados Unidos; do Museu de História Natural dos EUA; e pesquisadores da Rússia, Grã-Bretanha e França.

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