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Pesquisadores da Clínica Mayo, em Rochester, Minnesota, afirmam que é possível retardar os efeitos do envelhecimento limpando o corpo das células senescentes, que promovem o envelhecimento dos tecidos. Desta forma, a equipe liderada por Darren J. Baker and Jan M. van Deursen abre um caminho para que surjam técnicas que consigam adiar doenças relacionadas à idade.

A perspectiva é que sejam criadas terapias que consigam eliminar os efeitos das células senescentes, retardando o envelhecimento. Os cientistas ressaltam, porém, que são necessários muitos testes antes que novos remédios de longevidade sejam desenvolvidos e colocados no mercado.

As células senescentes se acumulam nos tecidos do envelhecimento, estando ligadas à atrite nos joelhos e à catarata, entre outros problemas em idosos. As células secretam agentes que estimulam o sistema imunológico e causam baixo nível de inflamação. Até então, não havia maneira de saber se a presença das células era boa, ruim ou indiferente.

A resposta veio com a percepção de que as células senescentes aceleram o envelhecimento nos tecidos em que se acumulam. Em um experimento de engenharia genética, os pesquisadores criaram uma linhagem de ratos em que todas as células senescentes podem ser expurgadas com a aplicação de uma droga que forçava a autodestruição delas.

Sem as células senescentes, os tecidos dos camundongos tiveram muito menos problemas de envelhecimento. Em estudo foi publicado nesta quarta-feira na revista "Nature", os pesquisadores da Clínica Mayo relataram que os ratos não desenvolveram catarata, tiveram menos perda de massa muscular e puderam se exercitar por mais tempo em esteiras. Eles ainda mantiveram as camadas de gordura na pele, que geralmente ficam mais finas com a idade e, nas pessoas, causam rugas.

"Isso sugere que terapias podem funcionar em pacientes reais", disse Norman Sharpless, especialista em envelhecimento da Universidade da Carolina do Norte.

Tanto em camundongos como em pessoas, as células senescentes ocorrem em pouca quantidade, mas seus efeitos sobre os tecidos são importantes. Matar essas células poderia, portanto, trazer grandes benefícios com poucas desvantagens. A abordagem em que haveria a alteração genética, usada nos ratos, não pode ser tentada em pessoas. Mas a pesquisa abre um campo para que cientistas concebam formas de atingir essas células.

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