Um clérigo linha-dura alertou nesta sexta-feira (29) o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, de que ele deve parar de disputar o poder com o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, dizendo que se trata de uma obrigação religiosa obedecê-lo. Ele também acusou os inimigos do país de tentarem causar rixas entre as lideranças do governo.

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A discordância ameaça desestabilizar o Irã num momento de tensão com o Ocidente sobre o programa nuclear iraniano e parece estar no cerne de uma batalha dos dois líderes pela influência nas eleições parlamentares e as eleições presidenciais em 2013. "Não há dúvidas de que a obediência ao líder supremo é uma obrigação religiosa e legal", disse o aiatolá Ahmad Khatami. Ele não mencionou o nome de Ahmadinejad, mas ficou claro que ele estava se referindo ao presidente.

O líder supremo do Irã tem a palavra final sobre todos os assuntos de Estado no Irã e os linhas-duras o consideram acima da lei, alguém que deve prestar contas apenas a Deus. Khamenei foi um grande aliado do presidente Ahmadinejad no passado, particularmente após a reeleição do presidente em junho de 2009. Denúncias de fraude eleitoral levaram a meses de protestos nas ruas e se transformaram no maior desafio ao sistema iraniano desde seu marco inicial, a Revolução Iraniana em 1979.

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Alguns têm acusado o presidente e seus aliados de tentarem acumular mais poder e desafiar a autoridade final de Khamenei na fase preparatória para as eleições. O confronto mais recente envolveu a decisão de Mahmoud Ahmadinejad de demitir o poderoso ministro da inteligência do país, rapidamente reinstalado no cargo pelo aiatolá Khamenei. Em protesto, Ahmadinejad não compareceu a duas reuniões de gabinete nesta semana.