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Importantes clérigos querem que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reconsidere a nomeação de três mulheres como ministras em seu novo governo, afirmou neste sábado (22) um legislador iraniano conservador.

Os comentários de Mohammad-Taqi Rahbar, que chefia a facção de clérigos na Assembleia, salientou ainda mais as dificuldades que o presidente linha-dura pode enfrentar para ter apoio parlamentar para seu proposto gabinete.

O resultado será um teste da influência de Ahmadinejad no poder após sua polêmica reeleição, em junho, ter levado às piores revoltas no país desde a Revolução Islâmica de 1979 e exposto divisões no sistema governante. Pelo menos 26 pessoas foram mortas em protestos nas ruas.

O Parlamento precisa aprovar os candidatos aos ministérios, e o vice-presidente da casa, Mohammad Reza Bahonar, já alertou que até cinco membros do gabinete, que tem 21 pessoas, podem ser rejeitados.

A legislatura do país é dominada por conservadores, mas alguns dos partidários de Ahmadinejad o abandonaram desde a eleição, mesmo com ele gozando do apoio do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, maior autoridade do Irã. Os moderados veem o governo do presidente como ilegítimo.

A lista do gabinete do presidente, apresentada ao Parlamento na quarta-feira, também criou polêmica no exterior. O Ministério das Relações Exteriores da Argentina condenou a nomeação de Ahmad Vahidi como ministro da Defesa, dizendo que era uma "afronta às vítimas" do ataque, em 1994, a um centro judaico em Buenos Aires, no qual 85 pessoas morreram. A Argentina acusa Vahidi de envolvimento no planejamento do atentado.

Ahmadinejad também nomeou mulheres como ministras da Saúde, Bem-Estar Social e Educação, as primeiras pessoas do sexo feminino a chefiarem pastas na República Islâmica. Mas Rahbar disse que muitos clérigos "têm dúvidas sobre a escolha de mulheres ministras e querem que Ahmadinejad reconsidere," afirmou a Press TV em seu website.

Rahbar citou "incertezas religiosas sobre os limites das habilidades das mulheres e sua gerência." As indicações parecem uma tentativa de Ahmadinejad de obter apoio entre as mulheres.

Em outra surpreendente nomeação, o presidente escolheu o atual ministro do Comércio, Massoud Mirkazemi, como novo ministro do Petróleo, um posto-chave no quinto maior exportador de produto no mundo. Engenheiro industrial, ele tem pouca experiência na indústria petrolífera.

Em 2005, o presidente não conseguiu aprovar seus três primeiros nomes para ministro do Petróleo.

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