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A Colômbia realizará eleições regionais neste domingo (30) em meio a denúncias de corrupção e à violência que representam um desafio para o presidente Juan Manuel Santos, nas quais o esquerdista Gustavo Petro, um ex-guerrilheiro do M-19, aparece como provável vencedor das eleições municipais de Bogotá.

Cerca de 30 milhões de colombianos devem eleger 32 governadores e 1.103 prefeitos, assim como assembleias estaduais e municipais para um período de quatro anos.

O cargo mais importante em jogo, a prefeitura de Bogotá - atingida por um escândalo de corrupção no qual foi suspenso e preso preventivamente o vereador esquerdista Samuel Moreno - poderá ficar nas mãos do progressista Gustavo Petro, um dos primeiros a denunciar as irregularidades na capital colombiana.

Petro, um ex-congressista que pertenceu à guerrilha nacionalista M-19, desmobilizada há mais de 20 anos, participa dessas eleições com o movimento Progressista, ao qual se somou neste ano após deixar o Polo Democrático, após suas denúncias de corrupção na prefeitura da capital, sob controle desse partido durante os últimos 10 anos.

As pesquisas mais recentes dão a ele intenção de voto de 30% e 22%, e todas o colocam em primeiro lugar, acima do ex-prefeito de centro-direita Enrique Peñalosa e da independente Gina Parody.

No panorama geral do país, as eleições deste domingo são um duplo desafio para o governo Santos, que deverá garantir a segurança em um contexto de crescente violência, com 41 candidatos assassinados entre fevereiro e outubro, e em meio a diversas denúncias sobre infiltração de grupos ilegais nas campanhas eleitorais em busca de controlar o poder local.

"O presidente testa sua popularidade nessas eleições. Será comprometida se não conseguir desmontar nas regiões os poderes associados ao crime", disse à AFP o cientista político Rubén Sánchez, da Universidade de Rosário, em Bogotá.

"Terá de se ver quem se elege e quem representarão as autoridades eleitas, porque há muitos nichos em que grupos de ex-paramilitares, traficantes ou a própria guerrilha podem reter poder nas regiões, e isso prejudicará muito os projetos de Santos", afirmou.

Nesta semana, o presidente fez um chamado para rejeitar essas influências: "no domingo, milhões de colombianos escolheremos nossas autoridades regionais e é o momento ideal para que através do voto castiguemos os corruptos e escolhamos os mais aptos, os mais capazes e os mais honestos", disse Santos.

Segundo a ONG colombiana Missão de Observação Eleitoral (MOE), estas eleições representam importantes riscos de influência e infiltração de grupos violentos, que buscam acessar os recursos econômicos recebidos pelas regiões por conta da atividade petroleira e de mineração ou para assegurar a tolerância das novas autoridades em relação a suas atividades ilegais.

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