Após deixar cerca de 1 milhão de clientes e outros investidores enfrentando perdas totais na casa dos bilhões de dólares, corretora repensa a estratégia.| Foto: Divulgação/ FTX
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O fundador da falida corretora de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, a sua família e os principais executivos compraram pelo menos 19 imóveis nos últimos dois anos nas Bahamas. As propriedades estão avaliadas em cerca de 121 milhões de dólares (quase 644 milhões de reais) e incluem sete condomínios de luxo e casas com vista para o mar, conforme revelou a agência de notícias Reuters nesta terça-feira (22).

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As propriedades teriam sido compradas por uma unidade da falida corretora dos Estados Unidos com o objetivo de serem usadas como “residência para pessoas-chave” da empresa. No entanto, pelo menos uma das casas, com acesso à praia da baía de Old Fort, foi usada como residência de férias pelos pais de Sam Bankman-Fried, os professores de Direito da universidade de Stanford Joseph Bankman e Barbara Fried. Atualmente, os pais de Bankman-Fried “estão tentando devolver a casa para a empresa”, conforme diz um porta-voz da FTX.

A compra destes imóveis é revelada 11 dias depois de a FTX ter entrado com um pedido de falência nos Estados Unidos, após problemas de liquidez à companhia. O jovem fundador da empresa apresentou a demissão da liderança.

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A FTX chegou a ser a terceira maior corretora de criptomoedas do mundo, chegou a valer cerca de US$ 32 bilhões neste ano. O crescimento da empresa levou seu dono, o jovem Sam Bankman-Fried, ao posto de um dos maiores bilionários do mundo, um status que ele perdeu rapidamente.

Na primeira metade do ano, com o aumento das taxas de juros no mundo (o que impacta negativamente os ativos de risco, como as criptomoedas), o dono da FTX passou a intervir para salvar outras empresas, emprestando dinheiro.

Uma das empresas que recebeu dinheiro da FTX foi a Alameda Research – pertencente ao próprio Bankman-Fried, que recebeu bilhões em FTT (o token da FTX, uma espécie de moeda oficial da plataforma). Especialistas apontam que, por mais que os negócios devessem ser separados, o executivo utilizou os recursos dos clientes que estavam depositados na corretora para salvar a operação da Alameda.

Quando essa movimentação ilegal veio à tona, os clientes da corretora começaram uma corrida para sacar os recursos, com medo de perderem seus depósitos. Por não ter dólares suficientes para arcar com todos os saques, a FTX quebrou.

Os maiores credores da FTX têm dívidas a receber que variam de dezenas de milhões a centenas de milhões de dólares, de acordo com um documento judicial arquivado nos últimos dias.

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O documento mostra que, dos cerca de 1 milhão de credores da FTX, a maior reivindicação individual é de US$ 226 milhões e a segunda é de US$ 203 milhões. As identidades desses credores não são identificadas, mas, coletivamente, eles têm a receber aproximadamente US$ 3,1 bilhões.

“A lista dos 50 principais credores é baseada nas informações disponíveis dos devedores, incluindo informações de clientes que puderam ser visualizadas, mas não estão acessíveis no momento”, diz o documento, preparado por advogados de falências.

“A investigação dos devedores continua em relação aos valores listados, incluindo pagamentos que podem ter sido feitos, mas ainda não estão refletidos nos livros e registros. Os devedores também estão trabalhando para obter acesso total aos dados de clientes”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]