| Foto: Twitter/Reprodução

O semanário satírico francês Charlie Hebdo publicou nesta semana uma ilustração retratando as vítimas do terremoto na Itália como pratos de massa.

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No desenho, um homem ferido aparece como macarrão ao molho de tomate. Uma mulher queimada, como penne gratinado. Corpos esmagados por destroços são identificados na legenda como uma lasanha.

O Charlie Hebdo comenta, dessa maneira, o desastre que deixou ao menos 292 mortos na região central da Itália na última quarta-feira (24). Para o público, o semanário pode ter sido infeliz.

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O terremoto italiano, que destruiu dezenas de construções históricas, atingiu com especial força a cidade de Amatrice, berço da pasta com molho matriciana, feito com tomate, bacon e pecorino.

O semanário satírico, tradicional na França, vive momento de apoio popular. Em janeiro de 2015, sua redação foi invadida e 12 pessoas foram mortas por homens armados. O mundo uniu-se em torno do slogan “Je Suis Charlie” (“eu sou Charlie”, em francês).

Mas a atenção trazida nos últimos dois anos colocou em evidência, também, suas ilustrações mais polêmicas, como essa sobre o terremoto italiano. O “Charlie Hebdo” era alvo de críticas durante a sexta-feira (2) na rede social Twitter.

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Este episódio traz, ainda, outras questões ao debate. Por exemplo, a já antiga discussão a respeito das limitações do humor. A sátira foi defendida quando criticava o islã, por exemplo. O “Charlie Hebdo” publicou, no passado, um gibi com a biografia do profeta Maomé, cuja representação é controversa.

Houve menos apoio quando a publicação decidiu, no entanto, retratar com humor os atentados a Paris e Nice.