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Muro entre San Ysidro, na Califórnia, e Tijuana, no México: pico da imigração de mexicanos para os EUA foi em 2003, mostra estudo. | Mike Blake / Reuters
Muro entre San Ysidro, na Califórnia, e Tijuana, no México: pico da imigração de mexicanos para os EUA foi em 2003, mostra estudo.| Foto: Mike Blake / Reuters

Se as ações executivas migratórias forem aplicadas sem alterações, 87% dos imigrantes ilegais poderão permanecer nos Estados Unidos, indica um estudo publicado pelo Migration Policy Institute (MPI). Para a Casa Branca, há um consenso no país sobre a necessidade da reforma e o apoio permanecerá apesar do debate sobre imigração provocado pelo pré-candidato presidencial republicano Donald Trump, que prometeu erguer um muro na fronteira com o México.

O estudo considerou que o Departamento de Segurança Nacional (DHS) se concentrará, caso as ações executivas sejam aplicadas, em deportar imigrantes que são considerados uma ameaça pública, por terem sido condenados por crimes graves, violado ordens de deportação ou terem ingressado no país recentemente.

Os autores do relatório estimam que 13% dos 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA (1,4 milhão) se encaixariam em uma das categorias, o que os transformaria em alvo prioritário das deportações após a entrada em vigor das novas diretrizes para expulsão de imigrantes ilegais.

Em 2012, o governo americano iniciou o programa de ação diferida para permitir a permanência de imigrantes que cresceram no país e tentou ampliá-lo em fevereiro para um maior número de jovens, assim como para os pais de filhos nascidos no país.

Estas duas últimas ampliações foram suspensas por um juiz federal do Texas depois de uma reivindicação apresentada por vários estados e que aguarda agora uma resolução de um tribunal de apelações.

No total, 5,2 milhões de imigrantes se beneficiariam dessas medidas de alívio migratório, mas o MPI lembra que a implementação de novos guias para a polícia e os agentes migratórios ampliaria esse número de beneficiados para 9,6 milhões.

As ações executivas do presidente Barack Obama e as novas recomendações para as deportações reduzirão o número de expulsões anuais a um mínimo histórico. Segundo o MPI, por ano serão 25 mil deportações a menos em todos os Estados Unidos. O recorde foi em 2011, com a expulsão de 188 mil imigrantes que tinham cometido delitos.

“Latinos me amarão”

Depois de dizer que os mexicanos levam “drogas” e “doenças” para os Estados Unidos, o magnata Donald Trump, pré-candidato republicano à Presidência em 2016, disse na semana passada que os latinos que moram no país irão “amá-lo” depois que ele “trouxer os empregos de volta da China”. Ao ser questionado na cidade de Laredo, no Texas, cidade na fronteira com o México, sobre sua popularidade entre os latinos e sua declaração, o republicano disse que ”eles (os latinos) já amam Trump”.

Aposta

A diretora de política nacional da Casa Branca, Cecilia Muñoz, negou que as polêmicas declarações de Trump sobre os imigrantes mexicanos possam piorar a imagem deles no país ou prejudicar a reforma migratória, considerada uma grande aposta do presidente Barack Obama.

“Há um verdadeiro consenso em todo o país que nosso sistema de imigração está quebrado e que temos que consertá-lo. E não podemos consertá-lo permanentemente a não ser que o Congresso faça seu trabalho”, opinou Muñoz.

No dia 16 de junho, quando anunciou sua pré- candidatura à Casa Branca no ano que vem, Trump se referiu aos imigrantes mexicanos como “estupradores”, “traficantes” e “criminosos”. Dias depois, propôs erguer um “grande muro” entre os dois países.

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