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Um comandante militar dos Estados Unidos defendeu nesta quinta-feira a retirada do Afeganistão de um sargento acusado de matar 16 civis em duas aldeias e que agora foi levado para um centro de detenção no Kuweit, o que provocou indignação entre os afegãos.

O general Curtis Scaparrotti, segundo comandante mais graduado dos Estados Unidos no Afeganistão, disse que a transferência vai contribuir com o bom andamento das investigações e do julgamento do sargento, que não foi identificado.

No entanto, muitos afegãos queriam que o sargento fosse julgado no próprio país pelo incidente, que resultou na morte de várias mulheres e crianças.

"Trata-se realmente de poder assegurar que podemos executar essa investigação e os procedimentos judiciais de forma justa e adequada", disse o general

Parentes dos mortos e parlamentares afegãos estão exigindo que o sargento responsável pelo massacre seja julgado no Afeganistão, de acordo com a lei local.

"(A transferência para o Kuweit) é contra as nossas exigências", disse a deputada Shekiba Hashimi, que participa da comissão afegã que investiga o incidente.

"Se ele não for julgado e punido no país, as pessoas vão se erguer contra os norte-americanos", acrescentou a parlamentar, lembrando da violência desencadeada no mês passado por causa de um incidente em que soldados norte-americanos inadvertidamente queimaram exemplares do Alcorão.

O massacre de domingo na província de Kandahar, no sul, gerou questionamentos à estratégia ocidental no Afeganistão e intensificou apelos pela retirada das forças estrangeiras de combate, a maioria das quais está prevista para deixar o país até o fim de 2014.

O presidente norte-americano, Barack Obama, negou que haja a intenção de apressar o processo.

Em visita a Cabul, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, discutiu o caso com o presidente afegão, Hamid Karzai, e foi pressionado por líderes afegãos para que o autor do massacre tenha um julgamento isento e transparente.

"Eu dei a ele (Karzai) garantias, antes de mais nada, de que partilho do seu pesar pelo que aconteceu. Voltei a prometer a ele que estamos procedendo com uma investigação completa aqui, e que vamos levar o indivíduo envolvido à Justiça. Ele aceitou isso", disse Panetta a jornalistas.

A chegada de Panetta ao Afeganistão, na quarta-feira, foi marcada por um grave incidente no qual um afegão furtou uma caminhonete e roubou a pista de pouso da base aérea da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) onde o secretário desembarcava.

O veículo pegou fogo, e Scaparrotti disse nesta quinta-feira que o homem acabou morrendo em decorrência das queimaduras.

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