• Carregando...

Cerca de 150 rebeldes islamitas e 45 soldados paquistaneses morreram nos últimos três dias em combates nas regiões tribais do Paquistão - os mais violentos desde que os talibãs locais se aliaram aos combatentes da rede terrorista al-Qaeda.

Esta região do noroeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão, está localizada no coração das regiões tribais onde os Estados Unidos afirmam que a al-Qaeda e os talibãs -expulsos do poder no Afeganistão no final de 2001- recuperaram sua força, apesar da presença de 90.000 militares paquistaneses.

Estes insurgentes talibãs e os islamitas ligados à al-Qaeda representam uma das maiores ameaças para o presidente Pervez Musharraf que, após um golpe de Estado em outubro de 1999, tomou o poder na República Islâmica do Paquistão, única potência nuclear do mundo muçulmano.

Bombardeios

Os últimos combates eclodiram no domingo no distrito do Waziristão do Norte quando os rebeldes bombardearam comboios do Exército. Os militares responderam mobilizando suas tropas terrestres com o reforço de helicópteros e aviões de combate, em uma região montanhosa próxima à cidade de Mir Ali.

De acordo com os habitantes da região, quatro civis, entre eles três mulheres, teriam morrido nos enfrentamentos. O Exército não confirmou esta informação.

A maior parte dos habitantes de Mir Ali fugiu de suas residências após a destruição de 50 casas, anunciou um membro da tribo, Faridullah Khan. Utilizando os alto-falantes da mesquita da aldeia, os moradores imploraram aos soldados para que não incendiassem suas casas, explicou o chefe da tribo, Malik Iqbal Khan.

Mas o Exército não ataca civis e "enfrenta combatentes bem treinados", respondeu o porta-voz militar, general Waheed Arshad. "Há muita relação com o Afeganistão. Muitos ganham dinheiro e armas procedentes do outro lado da fronteira", acusou.

Foi estabelecido contato com um grupo de 50 militares paquistaneses que havia desaparecido na segunda-feira. Alguns deles não responderam e não se sabe se há mortos em meio a esse grupo.

Reeleito

O general Musharraf, que no sábado venceu as eleições presidenciais, assegurou na semana passada que não havia bases permanentes da al-Qaeda em seu país. No entanto, admitiu que os extremistas islâmicos ligados a este movimento se refugiavam nas regiões tribais.

Muitos talibãs afegãos se refugiaram nestas regiões tribais depois que o grupo foi retirado do poder no Afeganistão no final de 2001 por uma coalizão militar liderada pelos Estados Unidos. O Exército americano no Afeganistão considera que muitos ataques praticados neste país têm origem na fronteira com o Paquistão.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]