Bill Richardson, ao ser apresentado por Obama: pressão de latino-americanos garantiu nomeação| Foto: John Gress/Reuters

Geórgia impede "supermaioria" democrata no Senado

O republicano Saxby Chambliss se reelegeu em segundo turno para o Senado dos Estados Unidos, na votação de terça-feira, e seguirá representando o estado da Geórgia. Com isso, os democratas não conseguirão uma maioria de 60 das 100 cadeiras da Casa na próxima legislatura, o que evitaria manobras protelatórias da minoria.

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Nova Iorque - Em ato considerado por muitos como "prêmio de consolação’’, o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, anunciou ontem o governador do Novo México, Bill Richardson, como secretário de Comércio. O primeiro latino no gabinete de Obama, especialista em política externa, era visto como postulante à Secretaria de Estado, mas o cargo acabou ficando com Hillary Clinton.

Richardson, que assim como Hillary disputou a indicação democrata à Presidência, foi embaixador dos EUA na ONU e secretário de Energia no governo Bill Clinton (1993–2001). Sua nomeação foi impulsionada por forte lobby de grupos latinos. Em declarações feitas ontem, ele exortou, em espanhol, a América Latina a se unir.

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Ao lado de Obama, Richardson destacou que não considera o cargo um "prêmio de consolação". "Há um papel vital para o Departamento de Comércio na recuperação econômica’’, disse. "Richardson será um estrategista-chave em minha equipe econômica’’, disse o presidente eleito.

Analistas afirmam, porém, que a figura política do governador é muito maior do que sua iminente tarefa.

De importância intermediária, o Departamento de Comércio é responsável por avaliar níveis de dumping, organizar determinadas pesquisas do Censo e administrar o Escritório de Análise Econômica, que estima o PIB. Apesar de Richardson ter histórico pró-livre comércio, não terá voz determinante em acordos com outros países, barreiras tarifárias ou subsídios. Nesses aspectos, terá de abrir espaço para o secretário especial de Comércio Exterior.

"Richardson é um governador excelente’’, afirmou F.M. Scherer, professor de políticas públicas da Universidade Harvard e ex-economista-chefe da Comissão Federal de Comércio (1974–1976). "Mas o Departamento de Comércio? É difícil até dizer o que é que eles fazem. Não sei se Richardson traz habilidades especiais para as especificidades do cargo.’’

Comércio exterior

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Para secretário especial de Comércio Exterior, posto hoje ocupado por Susan Schwab, começou a emergir nos últimos dias o nome do congressista da Califórnia Xavier Becerra – outro latino – para ocupar o cargo, ainda sem confirmação.

Becerra, 50 anos, tem 16 anos de experiência no Congresso e é considerado protecionista e defensor de grupos trabalhistas, tendo votado contra o tratado de livre comércio com a América Central. Ele também votou contra o TLC com a Colômbia, assim como a maioria dos congressistas democratas.

Mas o deputado apoiou outros acordos comerciais, como o com o Peru, aprovado no ano passado. Em 1993, votou a favor do Tratado de Livre Comércio da América do Norte.