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A comissão de cardeais encarregada de investigar o escândalo gerado pelo vazamento de documentos secretos do Papa Bento XVI, conhecido como Vatileaks, anunciou nesta terça-feira (3) que apresentará em julho um relatório sobre o caso ao pontífice.

Cerca de 30 pessoas já foram interrogadas pela comissão, formada por três cardeais, o espanhol Julián Herranz, o eslovaco Jozef Tomko e o italiano Salvatore De Giorgi.

Os cardeais indicaram que a única pessoa envolvida no caso que se encontra detida é o mordomo do Papa, Paolo Gabriele, acusado de "roubo agravado". Ele está preso desde o dia 23 de maio, em uma cela especial no Vaticano, e poderá ser julgado a partir de outubro.

"Nas próximas semanas, provavelmente antes do final de julho, os cardeais devem entregar um relatório ao Papa", assegurou o porta-voz do pontífice, padre Federico Lombardi.

Consultado na semana passada pela imprensa italiana, o cardeal espanhol reconheceu que a investigação avança "com rapidez e exatidão" e que o trabalho "é intenso, mas útil", disse.

O cardeal Herranz, que pertence ao movimento conservador Opus Dei e é, geralmente, uma pessoa muito discreta, admitiu que alguma "surpresa" será revelada, sem dar maiores detalhes.

A imagem do Vaticano foi abalada devido ao vazamento de dezenas de documentos internos, incluindo diversas cartas particulares do Papa e de seu secretário, o que causou uma grande crise.

Segundo a imprensa italiana, o mordomo não era o único a vazar documentos à imprensa e outros já quebraram o juramento de sigilo, feito por todos aqueles que trabalham no Vaticano.

O juiz de instrução deve decidir na próxima semana se suspende a prisão preventiva do mordomo, como havia sido solicitado por seus advogados, ou se autoriza a abertura do julgamento.

"Precisamos de mais dias para decidir o status de Gabriele", comentou Lombardi, que assegurou que um eventual julgamento começaria em outubro.

Todas as testemunhas convocadas são pessoas que trabalham dentro do Vaticano, mas que até agora não solicitaram rogatória à Itália.

A comissão tem autorização para interrogar as 2.843 pessoas que trabalham para a Cúria.

Segundo a imprensa italiana, pelo menos dois cardeais podem estar envolvidos nos vazamentos com a intenção de desacreditar o episcopado para chegar ao poder na próxima eleição para pontífice.

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