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Soldados procuram guerrilheiros: parte do Paraguai está sob estado de exceção | Marciano Candia/AFP
Soldados procuram guerrilheiros: parte do Paraguai está sob estado de exceção| Foto: Marciano Candia/AFP

Em comunicado divulgado ontem, o Conselho Nacional para os Refugiados (Conare) afirmou que só vai reverter a decisão de manter no Brasil os paraguaios Juan Arrom, Victor Colmán e Anun­­­­cio Martí se o governo do Paraguai apresentar provas com validade legal. Os três estrangeiros, que têm o status de refugiados no Brasil, são acusados por seu país de origem de fazer parte do Exér­­cito do Povo Paraguaio (EPP), um grupo guerrilheiro responsável por vários crimes. Ao menos dois deles, Juan Arrom e Victor Col­­mán, vivem em Curitiba.

Esta é a primeira vez que o órgão ligado ao Ministério da Jus­­tiça divulga informações sobre o caso. Em fevereiro, a procuradoria-geral do Paraguai pediu ao Brasil que reavaliasse o refúgio concedido em 2003 aos três su­­postos guerrilheiros. No Pa­­ra­­guai, Arrom, Colmán e Martí são acusados de participação direta no sequestro e assassinato de Cecilia Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas, além de outros crimes. O Conare deve se reunir em maio para se decidir sobre o caso.

Esta será a segunda vez que o órgão vai reavaliar a concessão do refúgio. Em 2006, uma delegação do governo do Paraguai também havia pedido para que Arrom, Colmán e Martí fossem extraditados. À época, o Conare rejeitou o pedido por falta de provas. Se­­gundo o Conselho, parte das evidências apresentadas eram re­­portagens de jornais com acusações contra os três suspeitos, o que não teria validade legal sob as leis brasileiras.

Marcelo Baumbach, porta-voz da Presidência da República, in­­formou ontem que o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, conversou na quinta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que não há provas da ligação dos paraguaios com o EPP.

Rédea curta

No comunicado de ontem, o Co­­nare afirma que está acompanhando os passos de Arrom, Col­­mán e Martí no país. "Durante o tempo em que estão no Brasil como refugiados, não constam re­­­­gistros de qualquer ação por parte dos mesmos contra o Estado de origem ou mesmo violação às normas brasileiras e internacionais", diz a nota. Para o governo do Paraguai, os três continuam co­­­­mandando ações de guerrilha a partir do Brasil.

O combate ao EPP se tornou questão central para o governo de Fernando Lugo. Há uma semana, o Congresso paraguaio aprovou um estado de exceção em cinco estados do país, dando às tropas militares e policias mais liberdade de ação.

Na próxima segunda-feira, Lula se reúne com o presidente paraguaio em Ponta Porã (MS). O ministro da Justiça participará da reunião para ouvir do presidente paraguaio seus argumentos pela extradição.

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