A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, pretende viajar ao Oriente Médio a partir da próxima semana para defender uma solução política no conflito entre Israel e a guerrilha libanesa Hezbollah, disse o porta-voz dela na quinta-feira.
Segundo Sean McCormack, o objetivo da viagem será também "tratar das causas reais e provocar uma mudança estratégica".
A viagem já havia sido anunciada, mas não havia data marcada.
- Ela quer ir à região quando acreditar que for útil para ajudar a trabalhar em uma solução política duradoura para acabar com a violência - afirmou o porta-voz.
Uma fonte diplomática ocidental disse que Condoleezza deve visitar inicialmente o Egito para conversas com chanceleres árabes, e em seguida encontrará autoridades israelenses em Jerusalém.
A lista de participantes árabes deve incluir Egito, Kuwait, Jordânia e Arábia Saudita, disse a fonte, sob anonimato. McCormack disse que governos como o egípcio, o jordaniano e o saudita teriam um papel importante na negociação com Damasco, que apóia o Hezbollah.
Condoleezza tem uma viagem marcada para a Malásia, para uma reunião com países do sudeste asiático entre 27 e 28 de julho. Ela poderá retornar ao Oriente Médio depois após o encontro, mas isso dependerá das condições na região.
Na quinta-feira, o Hezbollah travou novos confrontos com as tropas israelenses na região da fronteira, enquanto milhares de estrangeiros -- inclusive mil americanos resgatados por marines -- fugiam da guerra iniciada há nove dias.
Os Estados Unidos parecem cada vez mais isolados na recusa em pressionar Israel, seu principal aliado no Oriente Médio, a aceitar um cessar-fogo. A guerra já matou cerca de 300 civis, a maioria no Líbano.
Ao contrário da ONU e de alguns países europeus, que defendem uma trégua imediata, os EUA salientam a necessidade de uma solução "durável" para a crise antes da implementação de um cessar-fogo.
Do contrário, dizem autoridades americanas, o potencial para um conflito continuará presente, apesar da suspensão temporária da violência.
- Queremos um fim da violência, mas queremos um fim de modo que não trate só da atual situação, mas para que a gente não termine no mesmo lugar daqui a seis meses - disse McCormack.
Ainda na quinta-feira, Condoleezza deve ir a Nova York discutir a crise em jantar com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou por ampla maioria uma resolução elogiando o apoio do presidente George W. Bush a Israel, condenando o Hezbollah e o grupo palestino Hamas e responsabilizando Síria e Irã por seu apoio a essas organizações. O Senado havia aprovado resolução semelhante na terça-feira.
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