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Balão pedindo a recuperação do clima sobrevoa o Castelo de Kukulkan, no sítio arqueológico de Yucatan, no México | Luis Perez/AFP
Balão pedindo a recuperação do clima sobrevoa o Castelo de Kukulkan, no sítio arqueológico de Yucatan, no México| Foto: Luis Perez/AFP

Colaboração

Cientistas vão escrever para a Gazeta

No período de 7 a 10 de dezembro, cientistas do Paraná que participarão da Conferência do Clima vão escrever diariamente para a Gazeta do Povo. São sete ambientalistas e pesquisadores que enviarão suas opiniões sobre os debates em Cancún: Sandro Jorge Coneglian e Denilson Cardoso, da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS); Leide Yassuco Takahashi, André Rocha Ferretti e Guilherme Zaniolo Karam, da Fundação O Boticário; e Paulo de Tarso de Lara Pires e Alessandro Panasolo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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Cancún e Brasília - Um ano depois do fracasso da conferência de Copenhague, representantes de mais de 190 países se reúnem novamente a partir de hoje para discutir o que fazer contra o aquecimento global. O cenário da conferência do clima mudou radicalmente: da gélida capital da Dinamarca (-14°C) para o cálido balneário mexicano de Cancún (+30°C). Espera-se a presença de cerca de 10 mil pessoas e 30 chefes de Estado.

O presidente Lula, no entanto, não estará presente. O motivo da desistência, anunciada ontem, é ausência prevista de dirigentes de países europeus. Isso tornaria os debates "pouco práticos’’ e sem o efeito global esperado.

Os impasses continuam os mesmos: nações ricas e pobres não conseguem acordar sobre quanto cortar de suas emissões de carbono até 2020 – e em que termos.

As divergências só se aprofundaram no último ano: com o naufrágio da lei de clima e energia no Senado dos EUA, o maior poluidor histórico chega ao México sem poder oferecer muita coisa.

Nem mesmo o pífio corte de 17% de suas emissões em relação a 2005 que o presidente Barack Obama havia prometido em Copenhague está mantido.

Além disso, a derrota de Obama nas eleições legislativas trouxe uma leva de parlamentares que sequer acredita em aquecimento global – entre eles o novo presidente da Câmara dos Representantes, John Bohmer.

Um dos novos deputados, Darrell Issa, prometeu até uma CPI para investigar os climatologistas.

Aliado à crise econômica, que arrefeceu as políticas de defesa do clima de vários países desenvolvidos, esse contexto criou uma tempestade perfeita para que Cancún seja uma conferência em torno da qual não há expectativas.

"Não se cristaliza um mau momento’’, declarou na semana passada o negociador-chefe do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo Machado.

Um novo acordo global do clima, com peso de lei internacional, não deve ser fechado antes de 2012, ano em que expira o tratado existente, o Protocolo de Kyoto.

Cabe a Cancún, portanto, manter a bola das negociações rolando sem fixar metas ou prazos. Hoje, fala-se em "caminhada’’, "nova etapa’’ e "avanço incremental’’.

O principal resultado de Cancún será a adoção oficial de elementos do Acordo de Copenhague, a pífia declaração política que não teve a adesão de todos os países.

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