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Refugiado cruza a fronteira para a Turquia no norte da Síria, rota de fuga das vítimas do conflito sírio | Bulent Kilic/AFP
Refugiado cruza a fronteira para a Turquia no norte da Síria, rota de fuga das vítimas do conflito sírio| Foto: Bulent Kilic/AFP

Refugiados

Medo leva cerca de mil pessoas a fugirem para a Turquia em 24 h

Cerca de mil refugiados sírios, dentre eles um general desertor, cruzaram a fronteira com a Turquia nas últimas 24 horas, informou ontem o Ministério de Relações Exteriores turco.

Ancara acusa o governo sírio de plantar minas terrestres perto da fronteira com a Turquia, ao longo de rotas usadas por refugiados que fogem da repressão do regime de Damasco aos dissidentes.

"O número de refugiados sírios que estão atualmente na Turquia subiu em mil num único dia e chegou a 14,7 mil", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores Selcuk Unal a jornalistas em Ancara.

Segundo Unal, dentre os mil refugiados que chegaram ao país nas últimas 24 horas está um general desertor, que cruzou a fronteira para se juntar às forças rebeldes, que estão baseadas na província turca de Hatay, na fronteira com a Síria.

"Com o general sírio que chegou ontem, agora abrigamos sete generais sírios em nosso lado da fronteira", disse ele, que negou-se a identificar o militar, afirmando que isso seria contrário à lei internacional de asilo.

O número de sírios que chegam à fronteira turca aumenta diariamente, enquanto as autoridades turcas se preparam para a possibilidade da chegada em massa de refugiados, a maioria mulheres, crianças e jovens.

  • O sírio Bashar Assad é o ditador árabe a resistir por mais tempo. Veja

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki- moon, anunciou ontem que passou de 8 mil o número de mortos após um ano do conflito entre go­­verno e manifestantes na Síria, e qualificou de "brutal" a repressão do re­­gime do ditador Bashar Assad.

"O secretário-geral expressa sua solidariedade ao povo da Síria e às suas legítimas aspirações para conseguir dignidade, liberdade e justiça", afirmou Martin Nesirky, porta-voz do secretário, em comunicado que lembra o aniversário do início dos protestos.

Ban Ki-moon afirmou também que é "urgente acabar com o ciclo de violência" que vive o país e a "brutal repressão que continua inalterável" às manifestações dos civis sírios, chamadas de pacíficas pelo secretário-geral.

Ele lamentou que mais de 8 mil pessoas tenham morrido "co­­mo re­­sultado da decisão do governo por apostar em uma repressão violenta, em vez do diálogo político pacífico e a mudança verdadeira".

Desde 28 de fevereiro, a ONU estimava em 7,5 mil o número de óbitos em decorrência da repressão de forças de segurança de Assad, mas havia dito que, devido à falta de informação, o número poderia ser maior. Organizações de opositores estimam que mais de 30 mil pessoas tenham perdido a vida no país desde março do ano passado.

Pedidos

Mais uma vez, Ban Ki-moon pediu ao regime sírio que pare com as operações militares contra os civis e que evite "uma maior militarização do conflito". "A situação na Síria é indefensável." Ban Ki-Moon também voltou a pedir cooperação de Assad e dos opositores às negociações propostas pelo enviado especial da organização e da Liga Árabe o ex-se­­cretário-geral da ONU, Kofi Annan, que foram re­­jeitadas por ambos os lados nesta semana, para ga­­ran­­tir uma solução pacífica ao conflito.

Em um ano de enfrentamentos na Síria, o Conselho de Segu­­ran­­ça da ONU não conseguiu apro­­var uma resolução contra o regime de Assad. Em ambas propostas, sendo a última em 4 de fevereiro, hou­­ve veto de Rússia e China.

Tortura

No dia em que completa um ano da revolta, pelo menos 23 corpos com evidentes sinais de tortura foram descobertos perto de uma fazenda na cidade síria de Idlib (norte), indicaram os opositores Comitês de Coordenação Local.

O médico que examinou os cor­­pos disse que tinham as mãos al­­gemadas e os olhos vendados. A morte ocorreu por disparos na ca­­beça, mas todas as vítimas apresen­­tavam sinais de espancamento.

Essa região do norte da Síria es­­tá sob controle das tropas do re­­gi­­me desde quarta-feira, após a re­­ti­­rada dos rebeldes. Ao menos 46 pes­­­­soas morreram ontem na Sí­­ria.

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