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Bagdá (AFP) – Em mais um dia de conflitos civis, pelo menos 25 pessoas morreram e quase 70 ficaram feridas em uma série de ataques ocorridos por todo o Iraque, segundo fontes de segurança, testemunhas iraquianas e o Exército dos Estados Unidos. O ataque mais sangrento ocorreu no sul de Bagdá, onde 16 pessoas foram mortas e 45 ficaram feridas ao serem atingidas por oito morteiros, explicou uma fonte do ministério do Interior. Os dois primeiros morteiros caíram no fim da tarde (horário local) em um mercado de legumes; seis outros atingiram Abbu Tchir, um bairro xiita localizado na entrada sul de Bagdá.

Cisão

O conflito civil entre sunitas e xiitas é uma herança da era Saddam Hussein. Sendo sunita, o ex-ditador perseguia a maioria xiita, que agora está maciçamente no poder. A herança desses tempos pôde ser vista durante a tentativa de composição do novo governo iraquiano, com os sunitas reclamando mais espaço nas esferas de poder.

Na quarta-feira o confronto entre os dois ramos do Islã chegou ao auge com a explosão da Mesquita Dourada de Samarra, tida pelos xiitas como um dos quatro santuários mais sagrados por abrigar o mausoléu dos imãs Ali al-Hadi e Hassan al-Askari. Em resposta ao ataque, grupos radicais xiitas atacaram templos sunitas por todo o país. O afastamento dos dois grupos amplia o temor que o país mergulhe em uma guerra civil, agravando o caos já existente por conta dos anos da guerra e da ocupação militar liderada pelos Estados Unidos.

Ontem o conselheiro iraquiano de Segurança Nacional, Mowaffak Al Rubaie, anunciou a prisão de dez suspeitos no caso da explosão da mesquita de Samarra."Prendemos 10 pessoas, entre elas quatro guardas da Mesquita Dourada", disse à imprensa. No sábado, o ministro do Interior, Bayane Jabr al-Soulagh, havia anunciado a intimação de seis pessoas. No dia do atentado contra o templo, as autoridades iraquianas haviam anunciado a intimação de um suspeito.

A violência dos últimos dias não tem poupado nenhum grupo. Ontem, dois soldados norte-americanos foram mortos por uma bomba na estrada no oeste de Bagdá. Um deles morreu assim que foi atingido, segundo militares norte-americanos. O outro morreu em decorrência de ferimentos após ter sido levado para um hospital militar. Com isso, o número de norte-americanos mortos desde a invasão do Iraque, ocorrida em março de 2003, subiu para 2.290.

Seqüestro

Nos EUA, nem só as baixas militares preocupam. Ontem terminou o prazo anunciado por seqüestradores da jornalista norte-americana Jill Caroll, capturada em 7 de janeiro, em Bagdá. Caroll, que trabalha para o jornal Christian Science Monitor, apareceu pela última vez em um vídeo emitido no último dia 9 pela televisão kuwatiana Al Rai. O grupo "Legiões da Vingança", que seqüestrou a jornalista de 28 anos, exige a libertação de integrantes presos no Iraque.

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