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Manifestantes usam pedras para enfrentar as forças do governo egípcio provisório, no Cairo | Khaled Desouki/AFP
Manifestantes usam pedras para enfrentar as forças do governo egípcio provisório, no Cairo| Foto: Khaled Desouki/AFP

A violência voltou ontem às ruas do Cairo, aumentando as tensões e a instabilidade no Egito a menos de um mês da eleição presidencial.

Ao menos 11 pessoas que participavam de um protesto contra o governo foram mortas e cerca de 200 ficaram feridas ao serem atacadas por homens armados.

Os agressores, que trajavam roupas civis, não foram identificados. Mas os manifestantes acusam a junta militar que governa o país de estar por trás do ataque.

O alvo foi uma manifestação iniciada no sábado por salafistas (muçulmanos ultraconservadores) contra a desqualificação de seu candidato a presidente, Hazem Abu Ismail.

Segundo testemunhas, o ataque foi cometido no início da manhã por um grupo organizado, que usou armas de fogo, bombas incendiárias, facas e gás lacrimogêneo.

"Há um rio de sangue", disse Abdelrahman Hany, da­­ Rede Árabe de Direitos Hu­­manos, convicto de que os­­ agressores foram enviados pelos serviços de segurança. "Quem mais teria gás lacrimogêneo?", questionou.

A violência agrava o caos político no Egito às vésperas de uma eleição destinada a completar a transição que os egípcios esperam desde a queda do ex-ditador Hosni Mubarak, há 14 meses.

Em fevereiro deste ano, a junta militar foi acusada de conivência quando 74 pessoas morreram num tumulto durante uma partida de futebol em Port Said (norte).

Acusações parecidas foram repetidas ontem. "Eles querem adiar as eleições, por isso alimentam o caos", disse a manifestante Noha Maged ao jornal Al Ahram.

A primeira eleição presidencial pós-Mubarak está marcada para os dias 23 e 24, com um eventual segundo turno três semanas depois.

Amr Moussa, ex-chanceler de Mubarak, lidera a corrida presidencial com 41,7% da preferência.

Em comunicado, a Ir­­man­­dade Muçulmana insistiu na necessidade de manter o calendário do pleito e da transferência de poder, e reiterou que o governo deve renunciar para que um novo Executivo, de caráter imparcial, supervisione as eleições.

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