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Os tumultos envolvendo policiais no Equador, com o presidente Rafael Correa no meio, mostra o quanto a América Latina, vira e mexe, decide resolver seus conflitos no braço, em detrimento do diálogo. A opinião é do professor de história da América Latina da UniCuritiba Renato Carneiro.

Felizmente, a crise evoluiu para a negociação na noite de ontem, depois que diversos setores da sociedade manifestaram seu apoio à ordem constitucional e à democracia. Foi o caso de posicionamento público de acadêmicos e universitários da Universidade Central, uma das mais importantes do Equador.

Para o professor de Relações Internacionais da USP Rafael Villa, o presidente soube recuar na hora certa. Uma atitude mais radical, como a dissolução da Assembleia, poderia ter desagradado inclusive seus setores de apoio.

Isso ficou claro quando, durante a tarde, Correa confrontou os policiais manifestantes, desafiando-os a atirar para matá-lo. "Esse foi um ato desnecessário, porque colocou em risco sua vida e ameaçou uma crise institucional muito mais profunda", diz Villa.

Para o especialista, a situação do país continua instável, o que não é de hoje. Ao desencorajar o investimento externo e privado no país, Correa atraiu muitos inimigos, o que dificulta a governabilidade.

"Há muitos setores no país contrários a ele", pondera o professor de história da Unioeste Ronaldo Gonçalves.

Além disso, a dependência das exportações de petróleo torna a economia muito suscetível à variação do preço internacional desta commodity. Mais da metade das vendas internacionais do país e um quarto da receita do setor público esteve atrelada nos últimos anos nesse recurso.

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