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Segundo a lei, o presidente peruano tem que mudar necessariamente o primeiro-ministro, mas pode manter o restante do gabinete | MARTIN BERNETTI/AFP
Segundo a lei, o presidente peruano tem que mudar necessariamente o primeiro-ministro, mas pode manter o restante do gabinete| Foto: MARTIN BERNETTI/AFP

O Congresso do Peru, dominado pela oposição, obrigou nesta sexta-feira (15) à renúncia de todos os ministros após não renovar o voto de confiança, o que gerou uma crise política que forçou o presidente Pedro Kuczynski a suspender sua viagem para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. É a primeira vez que, no âmbito da Constituição aprovada em 1993, o Parlamento toma essa decisão no país.  

Kuczynski disse em sua conta oficial no Twitter que agradecia seu primeiro-ministro e aos membros do gabinete, que "trabalharam para proteger as políticas de Estado em benefício do país". Agora, o presidente tem três dias para formar uma nova equipe.  

A Constituição estabelece que, quando um presidente forma sua equipe ministerial, seus integrantes devem obter o "voto de confiança" do Parlamento. A crise começou na quarta-feira (13), quando ao fim de uma greve de professores o partido liderado pela filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), Keiko Fujimori, pretendeu forçar a renúncia da ministra de Educação, a segunda no posto em menos de um ano, após o antecessor dela também ter sido forçado a pedir demissão por causa do Parlamento.  

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Os docentes, que fizeram mais de 60 dias de paralisação, pediam um aumento salarial. O premiê Fernando Zavala afirmou que a decisão parlamentar afetava a "governabilidade do país", por isso solicitou o voto de confiança.  

Após um acalorado debate no qual a oposição inclusive insultou o primeiro-ministro, na madrugada desta sexta-feira o Parlamento rechaçou o pedido de confiança por 77 votos a favor e 22 contra e forçou a renúncia de Zavala e dos 18 ministros do governo.  

Kuczynski agora terá de formar uma nova equipe, que necessariamente precisará garantir o aval do Parlamento. Caso o Legislativo rechace os novos ministros, o presidente tem a opção de dissolver o Congresso e convocar eleições parlamentares.  

Segundo a lei, Kuczynski tem que mudar necessariamente o primeiro-ministro, mas pode manter o restante do gabinete.  

A crise política obrigou Kuczynski a suspender uma viagem aos EUA para a Assembleia Geral da ONU. Depois disso, a agenda dele prevê uma viagem ao Vaticano para convidar oficialmente o papa Francisco a visitar o país, no início de 2018. "Não cederemos...pelas crianças, pelo Peru, pela governabilidade", afirmou Kuczynski, de 78 anos, no Twitter.

As informações são da Associated Press.

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