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O Conselho de Segurança da ONU ameaçou nesta quarta-feira (2) impor sanções ao Sudão e ao Sudão do Sul dentro de duas semanas caso os dois países não revertam a sua escalada de confrontos e retomem as negociações sobre a divisão de recursos petrolíferos, a demarcação de fronteiras e outros assuntos pendentes. Os 15 países do Conselho aprovaram por unanimidade uma resolução após várias semanas de confrontos fronteiriços entre os dois países, que se separaram em 2011 após décadas de guerra civil, e que agora parecem à beira de um conflito declarado. "Os combates devem parar, e parar agora", disse ao Conselho a embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas, Susan Rice. A China, que tem fortes relações comerciais com os dois países, e a Rússia relutavam em apoiar a ameaça de sanções, mas cederam diante de um apelo da União Africana, que queria uma resolução de caráter juridicamente vinculante. Há anos Pequim protege o governo sudanês de sofrer sanções por causa da sua atuação em conflitos internos com o da região de Darfur (oeste). O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, alertou ao Conselho que Moscou só aceitaria a imposição de sanções aos dois países "como uma medida extrema". "O arsenal de instrumentos políticos e diplomáticos para a normalização da situação não foi nem de longe esgotado", declarou. Ele acrescentou que as sanções não devem ser usadas em retaliação aos conflitos nos Estados sudaneses de Kordofan do Sul e Nilo Azul, onde há meses ocorrem confrontos entre o Exército do Sudão e rebeldes que desejam derrubar o governo de Cartum. O embaixador sudanês na ONU, Daffa-Alla Elhag Ali Osman, manifestou frustração com a resolução do Conselho. "É notável que a resolução tenha deixado de levar em conta a continuada agressão por parte do Sudão do Sul contra o Sudão", afirmou. "A paz ... só será obtida por meio da suspensão de todas as formas de apoio e abrigo a rebeldes que agem por procuração e a grupos armados desposados pelo Sudão do Sul." O ministro sul-sudanês, Deng Alor Kuol, disse ao Conselho que seu país pretende cumprir a resolução. "Apelamos às Nações Unidas e a seus Estados membros para que mobilizem urgentemente a assistência humanitária para a população afetada pelo contínuo bombardeio aéreo do Sudão e pelas incursões terrestres em Estados do norte do Sudão do Sul." O Sudão nega ter realizado bombardeios aéreos, mas diz que suas forças terrestres atacaram tropas do Sudão do Sul que dispararam antes. Confrontos ao longo da mal demarcada fronteira levaram a um impasse em torno da posse do campo petrolífero de Heglig, capturado no mês passado por tropas sul-sudanesas. O Sudão posteriormente recuperou o controle do campo e anunciou nesta quarta-feira que ele foi reparado e voltou a produzir.

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