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O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve renovar nesta quinta-feira sua missão no Haiti por mais oito meses, em resolução que pede para as tropas intensificarem as operações contra gangues de criminosos em favelas.

Os Estados Unidos e o gabinete do secretário-geral da ONU recomendaram ampliação por mais um ano a partir desta quinta-feira, quando termina o atual mandato. O grupo de aconselhamento para o Haiti, formado por Canadá, Brasil, Grã-Bretanha e França, também recomendou mais um ano.

Mas a China, que não tem relacionamento diplomático com o Haiti, argumentou que com uma renovação por mais seis meses o conselho pode ter uma visão melhor. O acordo foi fechado por mais oito meses, até 15 de outubro.

Uma força da ONU - que tem atualmente 6.800 soldados e quase 2.000 policiais - voltou ao Haiti pouco depois que o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide foi derrubado por uma rebelião armada, em fevereiro de 2004.

A resolução da ONU, proposta pelo Peru, exige que as tropas intensifiquem as operações contra gangues de criminosos ``o quanto for necessário para restaurar a segurança, principalmente em Porto Príncipe'', em conjunto com a polícia nacional.

Centenas de soldados da ONU invadiram na sexta-feira uma favela na capital do Haiti para tentar tirar o controle de uma gangue, o que provocou tiroteio que deixou um morto e dezenas de feridos, incluindo dois membros da força de paz.

A violência política parece ter diminuído desde que René Preval foi eleito presidente, há quase um ano, mas a pobreza, o desemprego e o tráfico de drogas espalham crimes. O sistema judicial funciona mal.

A proposta de resolução ``deplora e condena nos mais fortes termos qualquer ataque contra pessoal da Missão da ONU no Haiti'', conhecida pela sigla em francês Minustah.

O texto exige que não sejam feitos atos de intimidação ou violência contra membros da ONU e de outras organizações internacionais e humanitárias.

De acordo com o Grupo Internacional de Crises, a violência e o crime organizado ameaçam tomar conta do Haiti porque o sistema judiciário não tem capacidade para lidar com os problemas.

``O judiciário está tomado pela incompetência e pela corrupção, em parte devido ao pagamento inadequado'', disse o grupo. Cerca de 96 por cento dos presos na Penitenciária Nacional são mantidos sem julgamento.

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