• Carregando...

As potências mundiais aceitaram na sexta-feira uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) para encerrar quase um mês de combates entre Israel e o Hezbollah, mas uma autoridade israelense disse que por enquanto a ofensiva no sul do Líbano vai continuar. A proposta foi aprovada na sexta-feira por unanimidade pelo Conselho de Segurança. O governo libanês aceitou a proposta, segundo uma fonte oficial.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse ao presidente dos EUA, George W. Bush, que apóia a resolução, disse uma autoridade do governo israelense. Olmert vai pedir ao seu gabinete que aprove a resolução da ONU e uma reunião no domingo.

Mas uma fonte do governo israelense disse que o Exército não vai encerrar a ofensiva antes da reunião ministerial, que vai analisar a resolução.

Horas antes, na sexta-feira, Olmert determinou a ampliação da ofensiva terrestre contra o Hezbollah no sul do Líbano.

Ataques israelenses mataram pelo menos 26 pessoas na sexta-feira, sete delas vítimas do bombardeio de um avião teleguiado contra um comboio de centenas de carros que fugiam do sul. Um soldado israelense teria sido morto, e foguetes do Hezbollah feriram sete pessoas no norte de Israel.

A nova proposta franco-americana autoriza até 15 mil soldados da ONU a monitorarem a retirada das tropas israelenses e a ajudarem o Exército libanês a vigiar a trégua.

O texto exige "o pleno fim das hostilidades", diz ao Hezbollah para parar seus ataques imediatamente e a Israel para acabar com "todas as operações ofensivas".

Depois do fim dos combates, Israel deverá retirar todas as suas forças do sul do Líbano o mais rapidamente possível. O Líbano deve enviar suas Forças Armadas à região enquanto a desocupação ocorrer.

CONDOLEEZA RICE

A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, viajou a Nova York por causa da votação para acabar com o conflito, que deixou pelo menos 1.041 mortos no Líbano e 123 israelenses.

Ela ligou para Olmert e para o primeiro-ministro libanês Fouad Siniora para tentar fazê-los aceitar o texto, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack. Ela depois disse à CNN que espera que os dois países efetivamente aceitem a resolução.

A chanceler britânica, Margaret Beckett, disse que a resolução só funcionará em curto prazo.

- Não estamos aqui tentando resolver todos os problemas do Oriente Médio da noite para o dia - afirmou.

Por insistência do Líbano, Estados Unidos e Grã-Bretanha aceitaram retirar da resolução uma menção ao artigo sétmo da Carta da ONU, que permite o envio de uma robusta operação de paz da entidade.

Apesar disso, o texto traz diretrizes precisas para a força ampliada que a França deve comandar.

Dentro de um mês deve ser aprovada outra resolução, estabelecendo os termos para um cessar-fogo permanente e tratando de várias questões, como a libertação de dois soldados israelenses capturados pelo Hezbollah em 12 de julho, fato que deu início à guerra.

BOMBARDEIOS

Bombardeios israelenses contra uma ponte perto da fronteira com a Síria mataram 12 pessoas e feriram 18, segundo fontes de um hospital. Testemunhas disseram que um segundo ataque atingiu a ponte 15 minutos depois do primeiro, quando as equipes de emergência chegavam ao local.

Paramédicos disseram que pelo menos seis pessoas morreram e 30 ficaram feridas no ataque ao comboio de veículos que deixava a cidade da Marjayoun, capturada na quinta-feira por Israel. Cerca de 3 mil civis e 350 militares libaneses estavam no comboio.

O jornalista Karamallah Daher, da Reuters, estava no comboio e relatou explosões perto da extremidade frontal do grupo, causando pânico entre os motoristas que tentavam fugir. Alguns bateram na valeta da estrada. Os motoristas fugiram para aldeias próximas. Os militares israelenses disseram estar verificando o incidente.

Fontes de segurança disseram ainda que Israel matou duas pessoas no vale do Bekaa (leste) e cinco em outros lugares do sul do Líbano. Na cidade de Tiro, a destruição de transformadores deixou os moradores sem energia.

Um soldado israelense morreu e outro ficou gravemente ferido nos combates com o Hezbollah, segundo a TV Al Arabiya. O Exército israelense não comentou a notícia. A guerrilha anunciou a morte de mais quatro de seus militantes.

Mais bombas atingiram a já devastada periferia xiita da zona sul de Beirute. Muita gente havia fugido da área na véspera, seguindo a recomendação de panfletos lançados por jatos israelenses.

No norte de Israel, policiais e paramédicos disseram que 55 foguetes do Hezbollah feriram sete pessoas.

As agências humanitárias ainda buscam formas de ajudar cerca de 100 mil pessoas retidas no sul do Líbano, e o prefeito de Tiro disse que pode faltar comida em dois dias na cidade.

Os comboios humanitários não conseguem entregar mantimentos ao sul do rio Litani desde segunda-feira, quando Israel bombardeou uma ponte no local, 20 quilômetros ao norte da fronteira.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]