Calamidade
ONU diz que 2,5 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária
A chefe de assuntos humanitários da ONU, Valerie Amos, disse ontem que pelo menos 2,5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária na Síria, afetadas por confrontos entre a oposição e o regime de Bashar Assad há 17 meses.
Em entrevista coletiva, em Beirute, no Líbano, Amos pediu às forças governamentais a fazer mais para proteger os civis em meio à violência. Ela voltou de uma viagem à Síria no início da semana, onde se encontrou com membros da oposição e do regime.
"Em março, estimamos que um milhão de pessoas estavam precisando de ajuda. Agora, até 2,5 milhões precisam de assistência e estamos trabalhando para atualizar nossos planos e necessidades de financiamento."
Amos também pediu mais recursos aos países membros para enfrentar a crise humanitária síria. De acordo com a entidade, são necessários US$ 180 milhões para a Síria neste ano.
Esforços para aumentar a ajuda de emergência também foram impedidos pela escalada da violência, que frustrou os planos dos escritórios regionais humanitários em toda a Síria para fornecer ajuda, e por restrições sírias sobre grupos de ajuda humanitária que operam no seu território.
"A ONU não pode interromper seu apoio e ajuda ao povo sírio para conseguir acabar com essa crise, mas deve se adaptar à situação."
Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS) decidiu ontem acabar com a missão de observadores da ONU para a Síria. O mandato do grupo, encarregado de monitorar a aplicação do plano de seis pontos proposto pelo enviado especial Kofi Annan, já havia sido prorrogado por um mês e terminará no domingo.
A justificativa é que os requisitos básicos para que a missão fosse mantida uma redução significativa da violência e o fim do uso de armas pesadas pelo regime não foram atendidos.
Os países membros do CS, no entanto, decidiram criar um pequeno "escritório", com assessores políticos e militares e especialistas em direitos humanos, para apoiar futuros esforços de paz.
"O que é mais importante é que vai ter uma presença da ONU, e esperamos que uma presença útil da ONU", disse o embaixador da França na ONU, Gérard Araud, atual presidente do Conselho.
A proposta de criar o escritório foi do próprio Annan que deixará o posto de enviado especial em 31 de agosto e aprovada por unanimidade no dividido Conselho.
A missão, que chegou a ter quase 300 monitores de diversos países no território sírio, teve início em abril.
Quatro meses depois, os 173 que ainda estão na Síria sairão sem a implementação de um cessar-fogo entre o regime e os rebeldes.
Após a decisão, o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, convidou os outro membros permanentes China, EUA, França e Reino Unido e líderes regionais para analisar a situação síria em reuniã hoje, em Nova York.
Segundo diplomatas da ONU ouvidos pela Reuters, o ex-ministro das Relações Exteriores da Argélia Lakhdar Brahimi já teria aceito suceder Annan como enviado especial para a Síria.
Ainda segundo a Reuters, fontes "ocidentais e do golfo [Pérsico]" informaram que Maher Assad, irmão de ditador sírio, teria perdido uma perna no mesmo ataque a bomba que matou quatro altos funcionários da Defesa em Damasco em julho. Maher não é visto d esde o atentado. A rede Al Arabiya anunciou ontem que o primeiro-vice-presidente sírio, Faruk al Sharaa, teria desertado. A informação não foi confirmada.
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