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Haitiano atravessa canal de esgoto em Porto Príncipe onde foram jogadas cédulas eleitorais após protesto no domingo | Eduardo Munoz/Reuters
Haitiano atravessa canal de esgoto em Porto Príncipe onde foram jogadas cédulas eleitorais após protesto no domingo| Foto: Eduardo Munoz/Reuters

Epidemia

Cólera já matou 1.721 pessoas

A epidemia de cólera que atinge o Haiti desde meados de outubro causou 1.721 mortes no país, segundo um novo balanço disponível ontem no site do Ministério de Saúde haitiano, um dia depois das eleições presidenciais e legislativas.

Ao fim do dia de votação, no domingo, que transcorreu em clima de tensão devido a denúncias de fraude, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a comunidade internacional pediram à população e aos atores políticos "a permanecer em calma, lembrando que uma eventual deterioração da segurança no país trará conse­­quências imediatas dramáticas sobre o número de mortos na epidemia de cólera".

Atualização

O balanço anterior, publicado na sexta-feira, falava em 1.648 mortos em todo o país. No total, 75.888 pessoas foram afetadas pela cólera. Destas, 33.485 foram hospitalizadas.

O Departamento (estado) de Artibonite (norte), donde a doença foi detectada, continua sendo o mais afetado, com 760 óbitos.

Porto Príncipe - O Conselho Eleitoral do Haiti anunciou que as eleições presidenciais de domingo foram válidas na maioria do país, apesar dos protestos de milhares de haitianos, motivados pelas denúncias de fraudes feitas por vários candidados, que pediram a anulação do processo. "A jornada eleitoral chegou ao fim e com sucesso", declarou o presidente do Conselho Eleitoral Provisório (CEP), Gaillot Dorsainvil.

O CEP informou que a votação foi anulada em 56 locais de um total de 1.500 em todo o país. "Vamos estudar caso por caso os locais onde aconteceram problemas", afirmou o diretor-geral do CEP, Pierre-Luis Opent. "Dentro de 48 a 72 horas decidiremos o que vamos fazer", afirmou. "O CEP es­­tará em condições de produzir um balanço com o retorno de seus funcionários do interior, dentro de três dias, e agradece a população por ter participado na ascensão da democracia", acrescentou.

Recuo

Depois do comunicado do CEP, os principais candidatos opositores à Presidência recuaram do seu pedido de anulação das eleições gerais. "Vou esperar os re­­sultados’’, disse Michel Martelly, cantor de kompa, o ritmo tradicional do Haiti, e considerado um dos mais bem posicionados da disputa.

Somente no dia 7 de dezembro os haitianos conhecerão os dois nomes que irão ao segundo turno.

Questionado sobre o motivo de ter recuado da decisão de contestar o pleito, Martelly afirmou que foi a manifestação liderada por ele, que reuniu milhares de pessoas em Porto Príncipe, que "parou’’ o "plano maquiavélico’’ do governo.

O mesmo fez a também oposicionista Mirlande Manigat. "Citarão meu nome no documento, mas eu nunca participei da elaboração. Não assinei’’, afirmou. Antes, porém, ela também pedira o cancelamento.

Apesar das reservas sobre a confiabilidade das pesquisas de opinião no Haiti, analistas e o único levantamento disponível concordam que Manigat, Mar­­telly e o candidato governista Jude Célestin são os mais cotados para disputar a Presidência num inédito segundo turno, em 16 de janeiro.

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