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A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, Diana Atamaint, rejeitou neste domingo as acusações de fraude que cercaram o processo eleitoral entre o atual presidente e candidato à reeleição, Daniel Noboa, e a candidata do correísmo, a progressista Luisa González.
"Devemos rejeitar com firmeza a narrativa de fraude, acusações sem provas não prejudicam apenas essa instituição, mas minam a confiança na própria democracia", disse Atamaint durante o discurso com o qual abriu o segundo turno das eleições neste domingo.
"A fraude não tem lugar em um sistema que se baseia na legalidade, na observação internacional e no monitoramento ativo dos atores políticos", acrescentou.
Atamaint destacou que "defender a democracia também significa desmantelar as mentiras que procuram desacreditá-la" e enfatizou que o Equador tem "sistemas tecnológicos seguros e auditáveis para as eleições, com a participação das forças políticas em todas as etapas do processo".
"Desde a impressão das cédulas até a contagem final, cada passo é projetado para garantir a certeza, não há espaço para opacidade. Nossa obrigação é com a verdade e com o povo", reiterou.
Por sua vez, no mesmo evento, o ministro de Governo, José De la Gasca, incentivou as pessoas a aceitarem os resultados dessas eleições "com maturidade, respeito e seriedade, quaisquer que sejam os resultados".
Após o primeiro turno de votação, tanto Noboa quanto González denunciaram, sem apresentar provas em nenhum dos casos, supostas irregularidades tanto no processo de votação quanto na posterior apuração.
Essas alegações foram rapidamente descartadas pelas missões de observação eleitoral da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), as duas maiores delegações de observadores destacadas no país, que determinaram que não havia provas para apoiar essa narrativa de fraude.
No entanto, o CNE aceitou o pedido do governo de proibir a votação com o telefone em mãos depois que Noboa denunciou que havia áreas em que grupos criminosos supostamente extorquiam dinheiro dos eleitores para que votassem a favor de González e que eles tinham que provar isso com uma foto do seu voto.
Durante toda a campanha eleitoral, a candidata correísta criticou duramente Atamaint, a quem definiu como "um perfeito gerente de campanha para Daniel Noboa" para mostrar a desconfiança que o Revolução Cidadã (RC), partido cujo líder é o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), tem no órgão eleitoral.
Mais de 13,7 milhões de equatorianos estão convocados às urnas neste domingo para escolher entre reeleger Noboa para um mandato completo (2025-2029) ou, ao contrário, devolver o correísmo ao poder após oito anos na oposição, o que faria de González a primeira mulher na história do Equador a vencer uma eleição presidencial.
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