A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira (23) que construiu um novo submarino e instruiu seus militares a melhorar sua prontidão de resposta, demonstrando a expansão contínua das capacidades militares do regime comunista e sua frustração com a falta de progresso na diplomacia com os Estados Unidos, segundo analistas de defesa.
Especialistas em segurança e autoridades sul-coreanas há muito tempo suspeitavam que a Coreia do Norte, que já possui uma considerável frota de submarinos, estava trabalhando para desenvolver um novo submarino capaz de lançar mísseis balísticos com armas nucleares.
O ditador Kim Jong-un inspecionou a nova embarcação, que foi construída sob "sua atenção especial" e em breve operará ao longo da costa leste do país, de acordo com a imprensa estatal de Pyongyang. Embora não tenha mencionado quando ou onde a inspeção ocorreu, o comunicado afirma que Kim "expressou grande satisfação" que o submarino tenha sido projetado para ser capaz de implementar as metas estratégicas de Pyongyang.
Esses comentários mostraram que o submarino "pode ter sido projetado para transportar mísseis balísticos com capacidade nuclear para dissuasão estratégica", disse Ankit Panda, membro sênior da Federação de Cientistas Americanos.
Pressão para os EUA
Pyongyang insinuou, na semana passada, que poderia retomar testes de mísseis nucleares e de longo alcance se os Estados Unidos e a Coreia do Sul prosseguirem com os planejados exercícios militares conjuntos em agosto.Também acusou o presidente Donald Trump de renegar o compromisso de suspender os exercícios.
"Ao mesmo tempo em que prosseguem as negociações nucleares, Kim está demonstrando que a Coreia do Norte continuará a desenvolver suas capacidades militares", disse Lee Ho-ryung, pesquisador do Instituto Coreano de Análises de Defesa. "A Coreia do Norte vem desenvolvendo um submarino nos últimos anos, mas o momento do anúncio parece ser uma decisão diplomática, enviando uma mensagem a Washington".
Em 30 de julho, Trump e Kim concordaram em retomar as conversas sobre a desnuclearização da península coreana. Na segunda-feira (22), o presidente americano afirmou que recentemente houve uma "correspondência muito positiva" com a Coreia do Norte, mas nenhuma data foi marcada para uma reunião de trabalho.
Uma cúpula entre os dois líderes em Hanói, em fevereiro, não conseguiu produzir um acordo sobre a desnuclearização. A Coreia do Norte acusa os Estados Unidos de exigirem demais, ao mesmo tempo em que não oferecem alívio suficiente às sanções em troca de medidas de desarmamento.
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