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Soldados da Coreia do Sul participam de um treinamento militar na Ilha de Yeonpyeong, fronteira marítima com a Coreia do Norte | Lee Jae-Won / Reuters
Soldados da Coreia do Sul participam de um treinamento militar na Ilha de Yeonpyeong, fronteira marítima com a Coreia do Norte| Foto: Lee Jae-Won / Reuters

A Coreia do Norte voltou a liberar nesta terça-feira (10) a passagem pela sua fronteira com o Sul aos trabalhadores do complexo industrial da cidade norte-coreana de Kaesong, após a suspensão desse acesso nesta segunda-feira (9), informou Seul.

O porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano, Kim Ho-nyoun, citado pela agência de notícias "Yonhap", disse que as duas Coreias acordaram retomar esta manhã o acesso ao complexo industrial de Kaesong, onde empresas sul-coreanas empregam mão-de-obra norte-coreana.

Os trabalhadores sul-coreanos da área norte-coreana do Monte Kumgan também voltaram a ter acesso a seus postos de trabalho.

A Coreia do Norte anunciou nesta segunda a suspensão do único canal de comunicação aberto agora com o Sul, coincidindo com o início das manobras militares conjuntas anuais entre seu vizinho e EUA, consideradas por Pyongyang ameaça de uma possível invasão a seu território.

A suspensão do acesso impediu a entrada de cerca de 700 empregados e de materiais procedentes da Coreia do Sul no complexo industrial.

Apesar de ter acabado com a restrição sobre o acesso desses trabalhadores, a Coreia do Norte manterá a suspensão da rede militar de comunicação com o Sul enquanto as manobras conjuntas durem, previsivelmente até o próximo dia 20 de março.

A agência de notícias oficial da Coreia do Norte "KCNA" informou que o primeiro-ministro Kim Yong-il visitará "em breve" a China, após ter sido convidado pelo premiê Wen Jiabao. A China é o maior aliado da Coreia do Norte e os dois países celebram este ano o 60º aniversário do estabelecimento dos laços diplomáticos entre ambos.

Estado de alerta A Coreia do Norte anunciou na segunda que colocou suas tropas de 1,2 milhões de homens em estado de alerta após o primeiro dia de manobras conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul na região. O país comunista considera o ato como uma ameaça de invasão de seu território.

Pyongyang ameaçou ainda com uma guerra e disse que está "pronta para o combate", caso o satélite que pretende lançar em breve seja interceptado, apesar das advertências de Washington e Seul, que temem que o disparo envolva na realidade um novo teste de míssil de longo alcance.

"Disparar contra nosso satélite, destinado a fins pacíficos, significará uma guerra", disse um porta-voz do Estado-Maior do Exército Popular da Coreia, em um comunicado divulgado pela agência oficial KCNA.

O regime norte-coreano já havia advertido na semana passada que não poderia garantir a segurança dos voos sul-coreanos sobre seu espaço aéreo por causa dos exercícios militares na Coreia do Sul.

EUA

As manobras americanas e sul-coreanas começaram nesta segunda, e devem prosseguir até 20 de março. "O objetivo essencial é assegurar que o comando esteja preparado para qualquer acontecimento em caso de necessidade", afirmou em um comunicado o general americano Walter Sharp, comandante das forças combinadas EUA-Coreia do Sul.

Os exercícios militares contam com a participação de 26.000 militares americanos e mais de 30.000 sul-coreanos.

O anúncio norte-coreano acontece em um momento de tensão crescente entre as duas Coreias desde que o Norte anunciou, no fim de janeiro, o cancelamento de todos os acordos políticos e militares com o Sul.

No sábado (7), em Seul, o novo emissário americano para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, afirmou que Washington deseja dialogar com Pyongyang, ao mesmo tempo que pediu ao Norte para renunciar ao lançamento do "foguete".

O Comitê Espacial Nacional da Coreia do Norte anunciou em 24 de fevereiro intensos preparativos "para o lançamento de um foguete Unha-2, destinado a colocar em órbita um satélite de comunicações Kwangmyongsong-2".

Seul e Washington temem que um lançamento deste tipo seja um pretexto para testar um míssil Taepodong-2, que em tese poderia alcançar o Alasca. 100%

O dirigente comunista norte-coreano Kim Jong-Il foi eleito por unanimidade para o Parlamento no domingo (8), anunciou a imprensa oficial, em uma votação sem surpresas.

Kim Jong-Il, 67 anos, que já concentra todos os poderes do país, foi eleito na circunscrição militar nº 333, número da sorte na Coreia, segundo imprensa oficial, que informou uma taxa de participação de 100%.

Os norte-coreanos votaram no domingo para eleger uma nova Assembleia Popular Suprema, uma simples formalidade em um país dominado pelo partido único do "querido dirigente" Kim Jong-Il. O resultado não foi um mistério, já que os candidatos - um por circunscrição - foram designados pelo governo ou pelo partido único dos Trabalhadores.

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