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A Coréia do Sul anunciou na quinta-feira que proibirá a entrada no país de norte-coreanos que participem do programa nuclear de Pyongyang, no primeiro passo dado por Seul para cumprir as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) ao regime comunista.

Isso ocorreu apesar de a Coréia do Norte alertar que qualquer ação de Seul sob a resolução da ONU "levará as relações intercoreanas a uma catástrofe'' e que seria um "grave ato provocativo'', capaz de levar a uma guerra.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que o objetivo de Pyongyang é dividir os cinco países (EUA, China, Rússia, Japão e Coréia do Sul) que tentam negociar a questão nuclear com a Coréia do Norte.

- O líder de Coréia do Norte (Kim Jong-il) gosta de ameaçar - disse Bush em entrevista coletiva na quarta-feira. - O que ele está fazendo é apenas testar a vontade dos cinco países que estão trabalhando juntos para convencê-lo que há um caminho melhor para o seu povo.

Citando um relatório do Ministério da Defesa, um parlamentar sul-coreano disse que o Norte pode ter extraído plutônio suficiente para fabricar até sete bombas atômicas.

O relatório diz ainda que Pyongyang está trabalhando para miniaturizar os artefatos nucleares, de modo que caibam em mísseis balísticos. A Coréia do Norte testou alguns desses mísseis em julho.

O ministro sul-coreano da Unificação, Lee Jong-seok, disse que Seul pode tomar medidas contra o Norte além da resolução da ONU que determinou sanções financeiras e militares.

- O governo [sul-coreano] proibirá a passagem e permanência de pessoas e familiares designados pelo comitê de sanções [da ONU] - disse Lee em uma comissão parlamentar.

As sanções da ONU à Coréia do Norte foram aprovadas no dia 14 de outubro pelo Conselho de Segurança, depois de Pyongyang realizar seu primeiro teste nuclear subterrâneo.

A China votou a favor das sanções, mas teme, assim como Seul, que a já miserável Coréia do Norte sofra um colapso, criando uma onda de refugiados. A Rússia também pediu cautela no trato da crise.

Os deslocamentos entre as duas Coréias já eram alvo de fortes restrições, apesar do aumento no número de sul-coreanos que visitam o Norte a negócios ou turismo.

Mas a medida pode afetar as futuras relações bilaterais, pois atinge autoridades importantes que participam de negociações entre Seul e Pyongyang, segundo Yoo Ho-yeol, especialista em Coréia do Norte da Universidade da Coréia (do Sul).

O ministro Lee disse ainda que Seul vai evocar um acordo marítimo bilateral para revistar barcos norte-coreanos que atraquem nos portos do Sul.

A Coréia do Sul busca ativamente há seis anos uma reaproximação com o vizinho comunista, mas já avisou que nada será como antes depois do teste nuclear de 9 de outubro.

Apesar disso, muitos sul-coreanos ainda pregam a conciliação. O ex-presidente Kim Dae-jung pediu aos Estados Unidos que tomem uma "decisão de peso'' e aceitem a antiga exigência norte-coreana de negociações diretas.

Os EUA reiteraram que só conversarão diretamente com Pyongyang no âmbito das negociações a seis partes, paralisadas desde o ano passado.

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