Equipes de resgate operam ao redor da área onde o barco Sewol afundou| Foto: REUTERS / Yonhap

O número de mortes causadas pelo naufrágio do navio Sewol há uma semana chegou a 156 nesta quarta-feira (23). Familiares das quase 150 pessoas que ainda estão desaparecidas pressionaram o governo nesta quarta para concluir a tarefa de busca pelos corpos rapidamente. Contudo, o trabalho estava chegando a uma nova e mais complicada fase. Autoridades sul-coreanas disseram que os mergulhadores precisam agora destruir paredes de cabines para recuperar outros corpos.

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Nos bastidores, aparece uma questão sensível: quando levar os guindastes e iniciar o esforço de recuperação, cortando e levantando o navio submerso. O governo já avisou que o trabalho pode eliminar bolsões de ar que poderiam estar mantendo vivos sobreviventes, mas para alguns parentes essa é uma esperança há muito perdida. "Agora, acho que temos que lidar com isso de forma realista", disse Pyun Yong-gi, cuja filha de 17 anos está entre os desaparecidos. "Nós não queremos que os corpos se deteriorem ainda mais, por isso queremos que eles os retirem o mais rápido que puderem" disse Pyun na ilha de Jindo, onde os corpos recuperados são levados para as famílias identificarem. Esta opinião, no entanto, não é compartilhada entre todos os parentes dos desaparecidos.

O número de corpos recuperados aumentou consideravelmente desde o fim de semana, quando os mergulhadores que lutavam contra fortes correntes e baixa visibilidade conseguiram finalmente entrar no navio submerso. Mas Koh Myung-seok, porta-voz da força-tarefa de emergência do governo, disse que o trabalho está ficando mais difícil e mergulhadores devem agora romper paredes da cabine.

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O governo não informou quando pretende começar o esforço de recuperação do navio, mas apontou que terá consideração com as famílias dos desaparecidos. "Mesmo se houver apenas um sobrevivente, nosso governo fará o seu melhor para resgatar essa pessoa e então iremos recuperar o navio."

Vinte e dois dos 29 membros da tripulação do navio sobreviveram e 11, incluindo o capitão Lee Joon-seok, foram presos ou detidos. Dois dos integrantes da tripulação foram presos nesta quarta (23), segundo o procurador sênior Ahn Sang-don. Ahn disse que uma análise de fotos e vídeo do navio antes do naufrágio mostrou que o capitão e outros membros da tripulação presos não cumpriram o seu dever de resgatar passageiros. Ahn disse que eles estavam na sala de comando ou na sala de motores antes de abandonar o Sewol mais rápido do que os passageiros.

Não foi um tripulante, mas um passageiro quem primeiro alertou as autoridades de que o barco estava em perigo, confirmou a Guarda Costeira nesta quarta-feira (23). Um telefonema de emergência foi feito às 8h52 da quarta-feira passada (16, horário local) para o Corpo de Bombeiros Jeonnam 119, que transferiu a ligação para o escritório da Guarda Costeira de Mokpo, afirmou o órgão em comunicado enviado por e-mail. O comando do ferry mandou o primeiro alerta três minutos depois.

A agência de notícias Yonhap relatou que a pessoa que telefonou foi um estudante de uma escola de ensino médio de Ansan, perto de Seoul. Ele ainda está desaparecido. Estavam na embarcação 323 estudantes dessa mesma escola. A causa da tragédia ainda é desconhecida. Ahn disse que investigadores avaliam fatores como vento, correntes oceânicas, frete, modificações feitas ao navio e o fato de que ele virou pouco antes de naufragar.

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