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O presidente da Coréia do Sul e os moradores do país manifestaram nesta quarta-feira horror e angústia pelo fato de um compatriota ter sido o responsável pelo mais sangrento tiroteio na história dos Estados Unidos. Muitos temem represálias.

Cho Seung-Hui, 23, nascido na Coréia do Sul, foi considerado o autor dos tiros que mataram 32 estudantes e funcionários da universidade Virginia Tech, na segunda-feira, antes de suicidar-se.

A família de Cho, que já morou em um apartamento subterrâneo na periferia de Seul, deixou o país há cerca de 15 anos para tentar uma vida melhor nos EUA, disse à mídia local a mulher que diz ser dona da casa onde viviam.

"Eles não estavam bem", disse Lim Bong-ae à rede MBC.

"Quando emigraram, o pai disse, 'Estou me mudando para os EUA porque a vida é muito difícil aqui. É melhor viver em outro lugar, fora da Coréia'," disse ela ao jornal Chosun Ilbo.

Autoridades sul-coreanas temem consequências contra a grande comunidade coreana nos EUA e fizeram reuniões de emergência depois que Cho foi apontado como o assassino.

"Eu e os meus cidadãos só podemos sentir choque e dor em nosso corações", disse o presidente Roh Moo-hyun em entrevista coletiva nesta quarta-feira, manifestando condolências às vitimas, aos seus parentes e ao povo dos EUA.

"Espero que a sociedade dos EUA possa sair desta imensa tristeza e encontrar um sentido de tranquilidade o mais rápido possível", disse Roh, que antes havia realizado uma reunião emergencial do gabinete.

O gabinete dele não deu detalhes dos debates sobre o massacre, que domina a mídia local e provocou buscas espirituais na Coréia do Sul.

O país teve um dos piores massacres realizados por um único homem nos tempos modernos. Em 1982, um policial fora de serviço e embriagado atacou aldeias com fuzis e granadas de mão, matando 57 pessoas e ferindo 38 antes de se matar.

A mídia local disse que grupos sul-coreanos nos EUA pretendem organizar um "fundo Virginia Tech" para dar ajuda às famílias afetadas.

O embaixador de Seul nos EUA pediu para os fiéis de uma igreja coreana da região de Washington jejuarem em penitência, disse a mídia.

Cerca de 100.000 sul-coreanos estudam nos EUA, formando a maior comunidade de estudantes estrangeiros no país. Os EUA também têm uma grande comunidade étnica coreana.

"Depois do 11 de setembro os americanos tem mau sentimento em relação a povos do Oriente Médio. Só tenho medo que este incidente afete os estudantes sul-coreanos nos EUA", disse Chang Jung-in, 35 anos, em uma rua de Seul.

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