• Carregando...

As Coréias do Norte e do Sul anunciaram nesta quarta-feira (8) que realizarão a segunda reunião de cúpula da história no final de agosto para tentar instaurar a paz na península, separada há 60 anos por campos minados e cercas de arames farpados.

O presidente Roh Moo-Hyn e o líder norte-coreano Kim Jong-Il se reunirão em Pyongyang de 28 a 30 de agosto, informaram o gabinete presidencial de Seul e a imprensa oficial da Coréia do Norte.

Esta será a segunda reunião entre os governantes dos dois países na história do regime comunista do Norte e capitalista do Sul. A primeira, no ano 2000, entre o então presidente sul-coreano Kim Dae-Jung, Prêmio Nobel da Paz, e Kim Jong-Il, deu início a uma nova era de reconciliação, marcada por projetos econômicos conjuntos e reuniões familiares.

A Coréia do Sul anunciou que o encontro foi proposto pelo Norte, que testou sua primeira bomba nuclear em outubro do ano passado, mas que pretende encerrar seu programa atômico para cumprir um acordo assinado com outros cinco países.

A Agência Central de Notícias norte-coreana (oficial) afirmou que a reunião terá "um significado de peso na abertura de uma nova etapa de paz".

Um comunicado da presidência sul-coreana informa que Roh e Kim discutirão um tratado formal de paz. Os dois países permanecem tecnicamente em guerra desde 1953, quando o conflito coreano terminou com um armistício, ao invés de um tratado de paz.

"Com esta reunião de cúpula, os dois líderes poderão expandir as medidas para aumentar a confiança a nível militar e preparar o caminho para estabelecer um regime de paz na península coreana", destaca o texto.

"As conversações também darão um impulso para solucionar o problema nuclear norte-coreano", acrescenta.

Pequim saudou a iniciativa e comentou suas expectativas a respeito.

"A China espera que a segunda reunião de cúpula dos líderes da Coréia do Norte e do Sul tenha resultados positivos", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Liu Jianchao.

Tóquio, que mantém uma relação tensa com a Coréia do Norte, manifestou a esperança de que a reunião de cúpula entre as duas Coréias no fim de agosto promova a paz na península e na região.

"O Japão espera que reunião favoreça os esforços das nações afetadas para obter a a desnuclearização da península da Coréia, assim como uma paz e estabilidade duradouras para o nordeste asiático", disse o porta-voz do governo, Yasuhisa Shiozaki.

O Departamento de Estado americano também elogiou o anúncio.

"Damos uma calorosa recepção (à cúpula) e esperamos que esta reunião ajude a promover a paz e a segurança na península da Coréia, para atingir as metas das negociações a seis", destacou a porta-voz do Departamento de Estado, Joanne Moore.

Em julho, a Coréia do Norte fechou o reator nuclear de Yongbyon, que produzia plutônio para bombas atômicas. Pyongyang se comprometeu a encerrar seus programas nucleares de forma permanente para cumprir o acordo internacional assinado em 13 de fevereiro em Pequim, após negociações entre as duas Coréias, Japão, China, Estados Unidos e Rússia.

Em troca, a Coréia do Norte receberá uma ajuda energética no valor de centenas de milhões de dólares e benefícios nos campos diplomático e de segurança.

Kim Man-bok, diretor do serviço de inteligência de Seul, revelou em uma entrevista coletiva que visitou secretamente Pyongyang em duas ocasiões recentemente para preparar a reunião de cúpula. O acordo final foi obtido no domingo passado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]