As Coréias do Norte e do Sul concordaram nesta quinta-feira em retomar as negociações em alto nível diplomático, abrindo caminho para a volta da entrega de ajuda em alimentos depois do avanço desta semana no pacto de troca de energia pelo desarmamento com Pyongyang.

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Autoridades das duas Coréias, que ainda estão tecnicamente em guerra, concordaram em manter negociações ministeriais em Pyongyang no dia 27 de fevereiro.

Os contatos foram congelados e o Sul suspendeu a ajuda em alimentos e fertilizantes para seu vizinho pobre depois que Pyongyang fez testes nuclear e com mísseis no ano passado.

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A reaproximação acontece depois do acordo de terça-feira entre os seis países que participaram das negociações em Pequim para desmantelar o programa nuclear do país comunista. O pacto pode também reatar as ligações entre Washington e Pyongyang.

Uma reportagem na Coréia do Sul disse que os negociadores Kim Kye-gwan, da Coréia do Norte, e dos Estados Unidos, Christopher Hill, trocarão visitas às capitais dos países.

``Parece que a idéia se tornará realidade em breve'', disse uma fonte de Seul ao jornal Chosun Ilbo.

O acordo fechado entre as duas Coréias, os EUA, a China, o Japão e a Rússia exige que o país recluso feche seu reator de Yongbyon dentro de 60 dias, em troca de 50.000 toneladas de combustível ou ajuda equivalente.

Depois dos 60 dias, a Coréia do Norte, que precisa muito de energia, receberá mais 950.000 toneladas de combustível, ou ajuda equivalente, quando adotar mais medidas para desativar sua capacidade nuclear.

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CRÍTICOS ``ERRADOS''

O acordo contém também cláusulas para os EUA e o Japão debaterem a normalização das relações com a Coréia do Norte e afirma que Washington iniciará o processo de remoção de Pyongyang da lista de países patrocinadores do terrorismo.

``O acordo oferece à Coréia do Norte o caminho para sair da concha...tudo começa com a desnuclearização'', disse o embaixador dos EUA em Seul, Alexander Vershbow, em jantar de negócios.

O presidente dos EUA, George W. Bush, disse na quarta-feira que críticos do acordo - alcançado depois de três anos de negociações turbulentas e do teste nuclear de Pyongyang, em outubro - estão ``totalmente errados''.

John Bolton, seu ex-embaixador na ONU, criticou o acordo por tirar a pressão da Coréia do Norte em troca de um desmantelamento apenas parcial de seu programa nuclear.

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``Eu troquei a dinâmica no tema da Coréia do Norte ao convencer outras pessoas a sentarem-se conosco à mesa'', disse Bush, citando a importância de ter apoio de outros países no acordo.

``Então, a alegação feita por algumas pessoas de que este acordo não é bom é totalmente errada. Agora, quem afirma que os norte-coreanos precisam dar provas através da atuação seguindo o acordo estão certo, e eu sou um deles.''

Bush, que havia classificado a Coréia do Norte, o Irã e o Iraque pré-guerra de ``eixo do mal'', admitiu que o acordo é apenas um primeiro passo.

``Há muito trabalho a ser feito para garantir que os termos do acordo tornem-se realidade'', disse.

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