Uma residente da casa de repouso perto de Veneza abraça sua filha, enquanto um plástico separa as duas. me meio à pandemia de coronavírus, em 11 de novembro de 2020, na Itália| Foto: Piero Cruciatti/AFP
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O novo coronavírus (Sars-CoV-2) está em circulação pelo mundo há pelo menos um ano. Dados do governo chinês, consultados pelo jornal South China Morning Post, mostraram que o primeiro caso de uma doença que viria a ser conhecida como Covid-19 foi identificado em 17 de novembro na província chinesa de Hubei.

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Declarações oficiais do governo chinês à Organização Mundial da Saúde, contudo, informam 8 de dezembro como a data em que os primeiros casos surgiram – pacientes que apresentaram sintomas neste dia e posteriormente foram diagnosticados com Covid-19. A Organização Mundial da Saúde mantém que o primeiro alerta sobre uma nova doença foi recebido em 31 de dezembro.

Em um ano, a crise sanitária que começou na China se espalhou pelo mundo, ganhou status de pandemia, infectou mais de 57 milhões de pessoas e matou 1,37 milhão. Recordes de casos continuam sendo registrados em vários países, como Rússia e Estados Unidos. Nesta terça-feira (17), o mundo registrou 11.115 mortes pela doença, um novo recorde diário, segundo a Universidade Johns Hopkins. Mesmo que haja mais conhecimento a respeito da Covid-19 e os profissionais de saúde tenham aprimorado os protocolos para lidar com a doença, uma vacina ainda não está amplamente disponível para a população e não há um tratamento específico para a Covid-19.

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Linha do tempo da pandemia de Covid-19

Novembro de 2019

17 de novembro de 2019 - Primeiro relato de uma pessoa com sintomas de Covid-19 na China, segundo levantamento do South China Morning Post com base em dados do governo chinês. O paciente tinha 55 anos e morava em Hubei, província central chinesa.

Dezembro de 2019

8 de dezembro de 2019 - Declarações posteriores dos oficiais do governo chinês à Organização Mundial da Saúde informaram que o primeiro caso confirmado foi diagnosticado nesta data.

27 de dezembro -  Médico Zhang Jixian, do hospital provincial de Hubei disse às autoridades que eles estavam lidando com um novo tipo de coronavírus. Segundo o SCMP, mais de 180 pessoas estariam contaminadas, embora não soubessem disse no época.

30 de dezembro - Comissão Municipal de Saúde de Wuhan, capital de Hubei, notifica os hospitais locais sobre uma “pneumonia de causa desconhecida” e pede que eles informem casos com sintomas semelhantes observados na semana anterior. Segundo a nota, os pacientes parecem ter alguma relação com o Mercado de Frutos do Mar da cidade, onde são vendidos animais silvestres, vivos ou abatidos no local.

Um dos médicos do hospital central de Wuhan recebe a confirmação de que um de seus pacientes está com coronavírus. Ele envia a foto do resultado para um colega e a informação começa a circular pela comunidade médica local. Outro médico, o oftalmologista Li Wenliang, também alerta os colegas sobre um possível surto de coronavírus, dizendo que sete pacientes serão tratados no hospital onde trabalha. Ele enviou mensagens pelo WeChat, que depois viralizaram na internet, pedindo para que os médicos adotassem medidas para se proteger do vírus.

31 de dezembro - O escritório da OMS na China identificou o alerta no site da Comissão Municipal de Saúde de Wuhan. Autoridades chinesas confirmaram que estavam investigando 27 casos de uma pneumonia viral desconhecida. Várias autoridades mundiais entram em contato com a OMS buscando informações adicionais. Taiwan disse posteriormente que informou a OMS sobre a possibilidade de transmissão da doença entre humanos nesta data.

Janeiro de 2020

1º de janeiro - OMS pede informações às autoridades chinesas sobre os casos relatados de uma pneumonia desconhecida e inicia os protocolos de resposta de emergência a surtos. 

3 de janeiro - O médico Li Wenliang é levado a uma delegacia e acusado de espalhar boatos. Para sair de lá, ele foi obrigado a assinar uma carta de advertência. No total, oito médicos de Wuhan são detidos pelo mesmo motivo. A BBC Internacional publica uma reportagem sobre o “vírus desconhecido de Wuhan”, afirmando que 44 casos foram confirmados. As autoridades de saúde da cidade dizem que estão investigando a causa do surto e que não havia transmissão entre humanos.

4 de janeiro - Laboratório de Xangai detecta um coronavírus similar à Sars (Síndrome respiratória aguda grave).

6 de janeiro - Um médico e 13 enfermeiras são infectados após operar um paciente.

7 de janeiro - Xi Jinping e outras lideranças políticas da China se reúnem para falar do assunto. O patógeno é identificado como um novo coronavírus.

9 de janeiro - China torna público o genoma do vírus, provando sua semelhança à Sars e à Mers (Síndrome respiratória do Oriente Médio). Isso torna possível a realização de testes para identificar a presença do coronavírus no organismo.

11 de janeiro - A imprensa chinesa noticia a primeira morte decorrente do novo coronavírus. Era um homem de 61 anos que costumava frequentar o mercado de frutos do mar de Wuhan.

13 de janeiro - Primeiro caso do novo coronavírus identificado fora da China. Tratava-se de uma pessoa que havia viajado de Wuhan para a Tailândia.

14 de janeiro - A OMS tuitou que as investigações preliminares das autoridades chinesas não encontraram “nenhuma evidência clara de transmissão de pessoa para pessoa”. Em sua avaliação de risco, a OMS disse que uma investigação adicional era “necessária para determinar a presença de transmissão entre humanos, modos de transmissão, fonte comum de exposição e a presença de casos assintomáticos ou levemente sintomáticos que não foram detectados”.

15 de janeiro - Primeiro caso identificado nos Estados Unidos, de um viajante que retornava de Wuhan.

Membros de uma equipe médica carregam um paciente para o hospital Jinyintan, em Wuhan, em 18 de janeiro de 2020 | Foto: Divulgação/China| Foto: AFP

19 de janeiro - O pneumologista Nanshan Zhong anuncia a transmissão do vírus de pessoa para pessoa. Na China, milhões viajam para o feriado do ano novo chinês.

23 de janeiro - Wuhan é colocada em quarentena. Pelo menos 17 pessoas haviam morrido nesta data, segundo o governo chinês, e mais de 570 casos haviam sido identificados, dentro e fora da China.

Foto aérea de 24 de janeiro de 2020 mostra escavadeiras no canteiro de obras de um hospital construído para tratar pacientes de um surto de coronavírus em Wuhan, na província de Hubei | Foto: Divuçgação/China| Foto: AFP

30 de janeiro - A OMS declara o surto como uma emergência internacional de saúde. No comunicado, a organização parabeniza o governo chinês pela rapidez com que identificou o vírus e pela transparência. O Departamento de Estado dos EUA recomenda que seus cidadãos evitem viajar para a China. No dia seguinte, os EUA suspendem a entrada de viajantes que estiveram na China nos últimos 14 dias.

Fevereiro de 2020

2 de fevereiro - A primeira morte fora da China é confirmada. Tratava-se de um homem de 44 anos que morreu nas Filipinas.

5 de fevereiro - Um cruzeiro com mais de 3.600 passageiros é colocado em quarentena no Japão. Mais de 600 ficaram doentes. A OMS começa a fazer pronunciamentos diários sobre o surto.

7 de fevereiro - O médico oftalmologista Li Wenliagn, que foi detido por “espalhar boatos” sobre o coronavírus quando a crise ainda não era conhecida, morre por causa da doença. Ele foi considerado um herói por muitos chineses, por ter tido coragem de falar sobre a doença, apesar da tentativa do governo de Hubei de abafar o surto da doença.

O médico chinês Li Wenliang alertou colegas sobre o surgimento do novo tipo de coronavírus e foi reprimido pela polícia chinesa | Foto: Reprodução

9 de fevereiro - Brasil faz a repatriação de 34 brasileiros que viviam na cidade chinesa de Wuhan. Depois de chegar em dois aviões da Força Aérea Brasileira, eles passaram 14 dias em quarentena em uma base aérea em Anápolis. Neste dia, o número de mortes registradas na China ultrapassa o da epidemia de SARS, que matou 811 pessoas entre 2002 e 2003.

11 de fevereiro - A doença causada pelo novo coronavírus é batizada de Covid-19 (Coronavirus Disease 2019).

23 de fevereiro - Casos de Covid-19 aumentam na Itália, tornando o país o primeiro epicentro de um surto fora da China. Na região de Lombardia, cidades são colocadas em quarentena. O Irã também vê um rápido aumento de casos.

Na cidade de Casalpusterlengo, moradores usam máscaras para ir ao mercado: número de casos de coronavírus na Itália multiplicou | Foto: Miguel Medina / AFP| Foto: AFP

26 de fevereiro - O primeiro caso de Covid-19 é confirmado no Brasil, em São Paulo. O homem de 61 anos tinha viajado para a Itália. O segundo caso de coronavírus foi confirmado em 29 de fevereiro. O paciente, um morador de São Paulo de 32 anos, também tinha acabado de chegar da Itália.

Março de 2020

11 de março - OMS reconhece que há uma pandemia. Na data, haviam sido registrados 118 mil casos, em 114 países, com 4.291 mortes.

12 de março - Primeira morte por coronavírus no Brasil. A paciente, uma mulher de 57 anos, havia sido internada em um hospital de São Paulo no dia anterior. O Ministério da Saúde só confirmou que essa foi a primeira morte causada pela Covid-19 em território brasileiro meses depois, em 28 de junho. Até então, acreditava-se que o primeiro óbito causado pela doença no Brasil tinha ocorrido em 16 de março, também em São Paulo.

13 de março  - Trump declara emergência nacional nos EUA.

19 de março - China relata que não identificou nenhum novo caso de transmissão comunitária (quando o vírus circula localmente e não mais apenas por casos importados) no país pela primeira vez.

17 de março - Países na América do Sul, como Argentina, Venezuela, Colômbia e Peru começam a impor quarentenas ou fechar suas fronteiras. Países da União Europeia também impõem restrições de viagem para fora do bloco.

Venezuelanos ficam sem água durante pandemia de Covid-19. Hospitais também sofrem com falta de água, sabão e equipamentos de proteção | Foto Federico Parra| Foto: AFP

20 de março - O Ministério da Saúde do Brasil declarou reconhecimento de transmissão comunitária.

24 de março - Índia anuncia quarentena nacional de 21 dias. As Olimpíadas de Tóquio são adiadas para 2021.

26 de março - EUA passam a ser o país com maior número de casos de Covid-19, com mais de 81 mil infecções e mil mortes.

Carros fazem fila em um centro de testes de coronavírus “drive thru” no Hansen Dam Park em Pacoima, Califórnia, EUA, em 25 de março | Foto: Frederic J. BROWN/AFP| Foto: AFP

31 de março - cerca de ⅓ da população mundial está sob alguma forma de restrição de circulação.

Abril de 2020

2 de abril - Covid-19 já tinha infectado mais de um milhão de pessoas ao redor de mundo nesta data. Epicentro da pandemia era a Europa. O Brasil registrava 299 mortes e 7.910 infectados pelo novo coronavírus. Os impactos econômicos da crise de saúde são sentidos em todo mundo, com milhões perdendo seus empregos.

8 de abril - Wuhan, onde a pandemia começou, sai do lockdown.

10 de abril - As mortes decorrentes da Covid-19 passam de mil no Brasil, enquanto os casos confirmados da infecção se aproximavam de 20 mil. No mundo, o número de mortes ultrapassa os 10 mil. Os casos também começam a aumentar na Rússia.

14 de abril - O Fundo Monetário Internacional alerta que a economia global terá seu pior ano desde a Grande Depressão de 1929.

Maio de 2020

9 de maio - O Brasil supera a marca de 10 mil mortes causadas pela novo coronavírus. No mesmo dia, o país totalizava 155.939 casos confirmados da doença.

10 de maio - Países europeus e asiáticos começam a flexibilizar as quarentenas.

21 de maio - Número de casos de Covid-19 ultrapassa os 5 milhões no mundo. Brasil ultrapassa a Rússia e se torna o segundo país com maior número de infecções por coronavírus. Peru e Chile são alguns dos países mais afetados em termos de infecções per capita.

Junho de 2020

2 de junho - Universidade de Oxford inicia inicia testes de uma vacina contra Covid-19 em grande escala.

28 de junho - Já são mais de 10 milhões de casos de Covid-19 no mundo.

Julho de 2020

7 de julho - EUA enviam carta à OMS anunciando a saída do país da organização. Presidente Jair Bolsonaro testa positivo para a Covid-19.

21 de julho - Teste de uma vacina contra a Covid-19, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, começa a ser feito no Brasil.

Agosto de 2020

8 de agosto - Passa de 100 mil o número de mortes pelo coronavírus no Brasil. Na mesma data, o país ultrapassou a marca de 3 milhões de pessoas infectadas pelo vírus.

11 de agosto - Rússia anuncia que aprovou a vacina contra a Covid-19, chamada de Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya, do Ministério de Saúde do país.

Setembro de 2020

24 de setembro - Argentina registra maior taxa diária de mortes por Covid-19 entre as nações com mais de um milhão de habitantes: chegou a 8 mortes/1.000.000 de habitantes.

28 de setembro - Mortes por Covid-19 ultrapassam 1 milhão no mundo.

Outubro de 2020

25 de outubro - Países europeus começam a impor novas restrições de circulação e aglomeração devido ao aumento de casos de Covid-19 durante outono do hemisfério norte. Os Estados Unidos também começam a registrar novos picos de casos da doença.

Mãe e filha se abraçam através de um plástico por causa da pandemia de Covid-19, na Itália | Foto: Piero CRUCIATTI/AFP| Foto: Piero Cruciatti/AFP
Novembro de 2020

9 de novembro- Laboratório começam a anunciar os resultado preliminares de testes clínicos que mostram que suas vacinas para a Covid-19 são eficazes.

18 de novembro - Com uma segunda onda da doença atingindo vários países, principalmente na Europa e os Estados Unidos, o mundo registra o recorde diário de mortes desde o início da pandemia: 1.115 óbitos são registrados em 24 horas. No Brasil, os casos também voltam a aumentar, mas autoridades evitam falar em segunda onda.