Uma gangue que controla a maior e mais violenta favela do Haiti seqüestrou um coronel do Exército brasileiro nesta quinta-feira e ameaçou matá-lo depois que rumores deram conta de que o líder do grupo havia sido preso por soldados do Brasil. O clima era tenso em Cite Soleil quando dois repórteres da Reuters, tentando entrevistar o líder da gangue, conhecido como Comandante Evans, se depararam com o refém na favela.
O coronel brasileiro, identificado como Odair, que recusou-se a dar seu sobrenome, estava sendo mantido refém por dezenas de jovens seguidores de Evans. Vários deles disseram que o coronel seria morto se Evans, que acreditavam ter sido preso por soldados brasileiros, não fosse imediatamente libertado.
Odair foi solto depois de ser mantido por quase duas horas. "Estou sendo mantido como refém", disse o coronel falando em seu telefone celular antes que o mandassem se sentar em um banco e remover seu capacete. O coronel não pôde falar aos repórteres da Reuters, apesar de ter dito que tinha havido um mal-entendido entre as forças de paz e os "soldados" de Evans.
Muitas das gangues do Haiti se ofereceram para entregar suas armas após a eleição que levou ao poder o presidente René Preval, que assumiu no domingo. Mas nenhuma o fez até agora, permanecendo a hostilidade à missão da ONU no Haiti. O incidente ocorreu um dia depois que forças da Jordânia entregaram o comando de Cite Soleil, onde vivem 300 mil pessoas, a uma força comandada pelo Brasil.
A ONU negou ter prendido Evans, alegando que ele participou de um encontro pré-marcado com oficiais do exército brasileiro. Ele está no topo da lista de procurados pela Polícia Nacional Haitiana. Evans, no entanto, disse à Reuters que foi levado ao encontro contra sua vontade e por homens armados. "Eles queriam me prender. Mas a população interveio e evitou que isso acontecesse", disse.
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