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O corpo do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein foi enterrado na madrugada deste domingo no povoado de Awja, próximo de sua cidade natal Tikrit. O governador da região de Salahaddin, Mohammed al-Qaisi, confirmou ter assistido ao funeral, que começou às 3h05m (horário local) e durou cerca de meia hora.

Uma fonte próxima à família de Saddam confirmou também que o corpo do ex-presidente iraquiano foi sepultado próximo aos corpos de seus dois filhos Uday e Qusay, mortos em 2003 por soldados americanos.

No sábado, a família chegou a dizer que gostaria de enterrrá-lo na cidade de Ramadi, oeste do país, outro bastião sunita. Mas o corpo de Saddam teria seguido para Awja poucas horas depois da execução, em um avião americano.

Fontes ligadas aos principais clérigos muçulmanos que participaram do funeral disseram que soldados iraquianos acompanharam o sepultamento e insistiram para que ele fosse enterrado no terreno de uma mesquita construída por Saddam na década de 80.

Saddam Hussein foi enforcado ao amanhecer do sábado no Iraque por crimes contra a Humanidade, um dramático e violento fim para o líder que comandou o país por meio do medo por três décadas antes de ser derrubado por uma invasão americana em 2003.

Em uma rápida resposta à execução por parte de insurgentes sunitas leais a Saddam, vários atentados logo após o enforcamento mataram mais de 80 pessoas no Iraque.

Últimas palavras

A televisão estatal iraquiana levou ao ar imagens de Saddam Hussein, aparentando estar calmo, trocando uma ou outra palavra com o homem mascarado que ajeitava a corda em volta de seu pescoço e o encaminhava para o cadafalso. As filhas de Saddam viram a execução pela TV.

- Foi muito rápido. Ele morreu imediatamente - disse à Reuters uma das testemunhas oficiais da execução levadas pelo Estado ao local da forca. Segundo ela, o ex-presidente iraquiano, que estava constrangido mas não usou o capuz, fez uma breve oração antes de morrer.

- Nós ouvimos seu pescoço quebrar - disse Sami al-Askari, um aliado do primeiro ministro Muri al-Maliki, depois do enforcamento em um edifício do Ministério da Justiça na parte norte de Bagdá.

Desafiante até o fim, Saddam pronunciou o nome do poderoso clérigo xiita Muqtada Al-Sadr, em tom de zombaria, depois que um dos carrascos gritou "longa vida a Muqtada Al-Sadr". A exclamação causou um bate-boca rápido e a reação irônica do ex-ditador sunita.

A narrativa é do juiz Munir Haddad, que assistiu à execução. Ela é o oposto do que disse outra testemunha, o conselheiro de segurança nacional Mowaffak Al-Rubaie. Para ele, Saddam parecia abatido e demonstrava medo.

Pelo menos 14 pessoas assistiram ao enforcamento, nenhuma das quais americana. Uma parte delas era composta por xiitas cujos parentes foram mortos por ordem de Saddam.

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