• Carregando...

As críticas externas e do Congresso do Equador ao presidente Rafael Correa não param de aumentar, após sua decisão de processar um jornalista por injúria, mas ainda assim ele parece determinado em sua cruzada contra "a dupla moral" daquelas que chama de "empresas informativas".

O Comitê Mundial de Imprensa, com sede em Washington, denunciou que o presidente "pretende silenciar os jornalistas", em uma carta na qual também lhe pediu que "retire de imediato" a ação contra o diretor do jornal "La Hora", Francisco Vivanco.

"Esta clara tentativa de silenciar a imprensa de seu país contradiz os postulados básicos da liberdade de imprensa consagrados em pelo menos duas das declarações internacionais sobre direitos humanos mais importantes do mundo", frisou a carta do WPFC (sigla em inglês).

Com esses pronunciamentos, Correa está "mandando um preocupante sinal a todos os veículos de comunicação equatorianos", alertou o Comitê, ressaltando que "sem uma imprensa livre e independente, os funcionários públicos e os executivos corporativos não podem se manter responsáveis perante o resto da sociedade".

Nesse contexto, o Congresso Nacional equatoriano aprovou uma resolução, na qual pediu ao chefe de Estado "o irrestrito respeito às liberdades de opinião e de expressão", condenando ainda os "excessos, abusos e generalizações" das mesmas.

Previamente, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) já tinha reprovado a ação judicial apresentada por Correa contra o diretor do jornal "La Hora", de Quito.

O presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da SIP, Gonzalo Marroquín, comentou que a ação por injúria movida contra Vivanco é "uma medida torpe da parte do presidente equatoriano". Marroquín afirmou também que a atitude de Correa é antiquada na democracia moderna, além de representar um retrocesso para a América Latina.

Correa acionou Vivanco por um editorial em que o jornalista o acusava de "governar com tumultos, paus e pedras" e também de ser a raiz do confronto entre os deputados opositores destituídos e seus simpatizantes, em março passado. Se for considerado culpado, Vivanco pode ser condenado a um período de seis meses a dois anos de prisão.

Marroquín protestou contra as declarações do diretor jurídico da Casa de Governo, Alexis Mera, que afirmou que o governo agiria dessa forma contra quem publicasse informações "falsas ou caluniosas". Para o representante da SIP, trata-se de "uma ameaça contra todos os meios de comunicação".

Na semana passada, a SIP já tinha se pronunciado contra a atitude de Correa. O governo respondeu, dizendo que a organização não representava jornalistas, e sim os donos de jornais.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]