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Economia mundial

Crise global? Banco da Inglaterra eleva risco após tarifaço de Trump

O Banco da Inglaterra em Londres, Reino Unido: tarifas de Trump geram caos global (Foto: EFE/EPA/ANDY RAIN)

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O Comitê de Política Financeira (FPC) do Banco da Inglaterra divulgou um relatório nesta quarta-feira (9), apresentando uma elevação da exposição dos países a uma crise financeira global com as novas tarifas dos EUA.

O documento informa que a medida do governo de Donald Trump contribuiu para "um aumento material nos riscos ao crescimento global", principalmente devido às ações retaliatórias, como da China, que "prejudicam a estabilidade financeira".

Segundo o comitê do Banco da Inglaterra, essas mudanças no mercado sinalizam um momento de incerteza na economia mundial. “A probabilidade de eventos adversos e a gravidade potencial do seu impacto aumentaram”, pontuou.

Outra questão abordada no relatório é a possibilidade de endividamento dos países com o tarifaço de Trump.

Os autores do documento afirmaram que a nova turbulência no mercado eleva o risco de os países entrarem em uma "espiral de dívida", enquanto os governos lutam para escapar dos efeitos de baixo crescimento econômico.

“Os riscos associados a preocupações com a sustentabilidade da dívida, incluindo aumentos acentuados nos rendimentos dos títulos públicos, podem se cristalizar de forma relativamente rápida, especialmente se acompanhados por saídas rápidas de capital", diz o relatório.

Ainda segundo o Banco da Inglaterra, "o aumento dos níveis de dívida e dos custos de serviço para os governos, à medida que a dívida é refinanciada, também pode reduzir sua capacidade de resposta a choques futuros”.

A China anunciou nesta quarta-feira uma resposta ainda mais dura contra os EUA pela nova política econômica instaurada por Trump.

Pequim elevou suas tarifas sobre produtos dos EUA de 34% para 84%, em resposta à taxa adicional de 50% adotada pelo presidente americano, Donald Trump, o que elevou as alíquotas totais sobre produtos chineses para 104%.

O Ministério das Finanças do país asiático disse em um comunicado que a nova taxa entrará em vigor em 10 de abril e que está tomando a medida em resposta ao "erro repetido" dos EUA em aumentar as tarifas sobre a China.

Enquanto isso, a Casa Branca informou que outros 70 países já entraram em contato com o governo americano para negociar a retirada das tarifas que começaram a ser impostas na última semana.

“Os países estão trabalhando para reformar suas práticas comerciais injustas e abrir seus mercados ao nosso país, por quê? Porque eles respeitam profundamente o presidente Trump e o poder do mercado americano”, disse a porta-voz do governo, Karoline Leavitt, em entrevista coletiva, nesta terça-feira (8).

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