A crise política na Costa do Marfim se acentua, já que os dois candidatos à presidência nomearam seus próprios primeiros-ministros, enquanto mediadores internacionais tentam resolver o impasse em meio a temores de uma guerra civil. O atual ocupante do cargo, Laurent Gbagbo, e seu antigo rival, Alassane Ouattara, declararam-se presidentes do país, apesar das tentativas de mediação do ex-presidente da África do Sul Thabo Mbeki.
Gbagbo, de 65 anos, desafiou os pedidos internacionais para deixar o poder depois que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu Ouattara como o vencedor do segundo turno, disputado em 28 de novembro, cujo objetivo era estabilizar o país, mas foi marcado pela violência.
Mas depois de Mbeki - enviado da União Africana (UA) - ter conversado com os dois ontem, Ouattara aumentou suas exigências e pediu ao mediador que exigisse que Gbagbo deixasse o cargo, já que seus aliados declararam a formação de um novo governo. Mais tarde, Gbagbo emitiu um decreto nomeando Gilbert Marie N'gbo Ake como seu novo primeiro-ministro.
Apesar das ordens anteriores de Gbagbo para que as fronteiras do país fosse fechadas, "há mais de 300 marfinenses que já cruzaram a fronteira da Libéria", informou a principal autoridade para refugiados da Libéria, Saah Nyumah. Segundo ele, há um iminente perigo de falta de comida se o número de refugiados aumentar. Na noite de ontem, um oficial militar reabriu as fronteiras da Costa do Marfim, mas disse que a segurança será reforçada.
A ONU certificou os resultados que indicam Ouattara como o vencedor, mas os aliados de Gbagbo do tribunal superior anularam votos supostamente fraudados em parte do norte do país, onde há forte apoio a seu opositor. A União Europeia (UE) considera aplicar sanções contra a Costa do Marfim se o país não resolver rapidamente seu crise política, disse a porta-voz da chefe da diplomacia da UE, Angela Filote. As informações são da Dow Jones.
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