Depois de 12 dias de polêmica, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, quer que a comissão especial do Congresso avalie nesta semana o impasse sobre a exoneração do presidente do Banco Central, Martín Redrado. "Esperamos que no curso desta semana, a comissão possa discutir o decreto de remoção da autoridade monetária porque esse tema requer uma solução urgente", disse Cristina durante entrevista coletiva à imprensa, no início da noite.
A presidente esclareceu, no entanto, que o Executivo não está obrigado a cumprir o parecer da comissão parlamentar. "Trata-se apenas de um conselho. Não é um parecer que vincula a decisão do governo", afirmou. A recomendação parlamentar sobre a permanência ou não do titular da autoridade monetária é um requisito legal para validar o decreto presidencial, que exonerou Redrado.
A submissão do decreto à comissão é um recuo de Cristina na queda de braço que trava com Redrado e a oposição. A briga, que provocou uma crise político-institucional, teve origem em outro decreto, que cria o Fundo do Bicentenário com US$ 6,5 bilhões das reservas internacionais para pagar os vencimentos da dívida pública em 2010. Redrado foi demitido por não cumprir essa ordem da presidente. Ele alegou que as normas do BC impediam a operação e se mantém no cargo mediante amparo legal.
Nesta terça-feira, os líderes da oposição pediram à presidente que interrompa o recesso parlamentar para que o Congresso discuta ambos os assuntos.



