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Cuba vai rever suas regras para viagens e emigração, como parte de uma reforma mais ampla nas suas políticas econômicas e sociais, disse o presidente Raúl Castro nesta segunda-feira.

O presidente falou depois de o Parlamento aprovar reformas econômicas propostas pelo Partido Comunista, reduzindo a participação do Estado na economia e atenuando algumas restrições à vida pessoal dos cidadãos cubanos.

"O país está modificando decisões que tiveram um papel num certo momento, e que desnecessariamente nunca foram mudadas", disse Raúl, segundo a agência de notícias Prensa Latina.

"Hoje, a esmagadora maioria dos emigrantes cubanos saem por razões econômicas, e quase todos eles mantêm seu amor pela família e pelo país onde nasceram", acrescentou.

Segundo ele, as regras em vigor ainda remontam ao princípio da Revolução, quando a migração era majoritariamente política e manipulada pelos EUA.

Não ficou claro como serão as mudanças nas regras de viagem e emigração. As regras atuais, que tornam os deslocamentos para o exterior caros e complicados, são muito criticadas pela população e por grupos de direitos humanos.

Jornalistas estrangeiros não foram convidados à sessão da Assembleia Nacional que aprovou os mais de 300 itens da reforma econômica, mas o discurso de Raúl foi amplamente citado na imprensa estatal.

"O presidente Raúl Castro disse hoje que a mudança na mentalidade é indispensável para colocar em prática as mudanças de que o país necessita", disse a Prensa Latina.

A reforma inclui a eliminação de cerca de 1 milhão de empregos no setor público, e mais liberdade para o desenvolvimento de pequenas empresas.

Várias das medidas já estão sendo implementadas, e Raúl disse que elas estão permitindo uma melhora no desempenho econômico. De acordo com o presidente, o crescimento econômico, que foi de 2,1 por cento em 2010 e de 1,9 por cento no primeiro semestre, deve saltar para 2,9 por cento.

A ilha, que enfrenta um rígido embargo econômico norte-americano, ainda não se recuperou totalmente da crise econômica causada pelo fim da União Soviética, há 20 anos. Mas Raúl Castro, que há cinco anos substituiu seu irmão Fidel no poder, busca um sistema que valorize mais o esforço individual e o cumprimento de metas.

O Parlamento unicameral cubano se reúne apenas duas vezes por ano, durante poucos dias, e praticamente todos os seus membros são filiados ao Partido Comunista, única organização política permitida.

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