O dissidente cubano Guillermo Fariñas foi liberado na sexta-feira depois de sua segunda breve detenção em 24 horas, descrita por ele como um aumento da intimidação à oposição na ilha de governo comunista.

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O psicólogo de 49 anos realizou em 2010 uma prolongada greve de fome que contribuiu para a libertação de dezenas de presos políticos.

"Acabam de me soltar", disse Fariñas à Reuters por telefone desde a cidade de Santa Clara, 270 quilômetros a leste de Havana.

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"Eles dizem que há uma situação política operativa especial e que não vãos nos deixar fazer nada na rua. Na realidade, têm medo que o povo se lance às ruas", acrescentou.

Na quarta-feira, Fariñas passou seis horas detido em uma delegacia por resistir ao despejo de uma família que ocupava ilegalmente um local abandonado.

Na quinta-feira, foi detido outra vez quando se dirigia com outras 20 pessoas a uma delegacia para perguntar sobre três opositores detidos. Nesta segunda vez, passou a noite atrás das grades. Não foi apresentada nenhuma acusação contra ele.

No ano passado, quando fez a greve de fome por mais de quatro meses, a deterioração de sua saúde aumentou a pressão internacional sobre o presidente Raúl Castro.

Raúl, então, autorizou em meados de 2010 a libertação de 52 dissidentes. Até o momento 41 foram libertados, a maioria sob a condição de que fossem para o exílio. Muitos viajaram para a Espanha com suas famílias.

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O Parlamento Europeu concedeu a Fariñas o Prêmio Sajarov de direitos humanos, mas as autoridades cubanas não o deixaram viajar a Estrasburgo, na França, para que recebê-lo.

As libertações dos dissidentes foram aplaudidas pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Raúl Castro deixou claro que não toleraria manifestações públicas.

O governo cubano considera Fariñas e outros dissidentes "mercenários" a serviço do inimigo do país, os EUA.

Elizardo Sánchez, da Comissão Cubana de Direitos Humanos, disse que a detenção de Fariñas e de outros opositores faz parte da nova estratégia das autoridades cubanas.

"A característica dominante ultimamente da repressão política são essas detenções de curta duração", afirmou ele.

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