Cuba prevê calmaria com ou sem Fidel

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Havana – As autoridades cubanas zombaram ontem dos Estados Unidos e de outros adversários por apostarem que a sucessão de Fidel Castro provocaria uma rebelião contra o regime comunista na ilha governada por ele desde 1959. O país segue sua rotina, uma semana após o afastamento de Fidel, para uma cirurgia intestinal.

Membro do Conselho de Estado, Roberto Retamar disse que a transferência pacífica de poder entre Fidel e seu irmão mais novo, Raúl (que hoje governa o país), já começou. Mas o vice-presidente, Carlos Lage, garantiu que Fidel considera que vai se recuperar da cirurgia intestinal da semana passada e vai reassumir o governo dentro de algumas semanas. Para o presidente da Assembléia Nacional, Ricardo Alarcón, quem torce pela desgraça de Cuba ficará decepcionado.

Em Washington, o presidente George W. Bush insistiu que o povo cubano é quem deve decidir o seu futuro, e não os exilados da ilha na Flórida. "Cuba tem a possibilidade de se transformar de uma situação tirânica para um tipo diferente de sociedade."

Mais de 400 intelectuais de todo o mundo assinaram o manifesto "A soberania de Cuba deve ser respeitada", no qual condenam a política dos Estados Unidos para Cuba e pedem que Washington respeite a soberania da ilha. "Exigimos que o governo dos Estados Unidos respeite a soberania de Cuba. Devemos impedir a todo custo uma nova agressão", afirma o texto, apresentado ontem em Havana. Para o grupo, as sugestões de Bush são uma interferência.