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Refugiado tenta entrar em um trem pela janela, enquanto outros se amontoam em uma das portas, na Croácia | LASZLO BALOGH/REUTERS
Refugiado tenta entrar em um trem pela janela, enquanto outros se amontoam em uma das portas, na Croácia| Foto: LASZLO BALOGH/REUTERS

O grande fluxo de refugiados na Europa em uma das mais intensas crises migratórias da história recente tem levado medo a turistas e moradores que estão no continente. Para alguns, militantes extremistas podem se infiltrar em meio aos imigrantes para cometer atos terroristas.

A Alemanha, o destino mais buscado pelos refugiados, expressou nesta sexta-feira (18) a preocupação de que terroristas recrutem imigrantes para ações em solo europeu. Nesta semana, o papa Francisco também mostrou preocupação semelhante. “A verdade é que a apenas 400 quilômetros da Sicília há um grupo terrorista incrivelmente cruel. Portanto, há risco de infiltração, isso é verdade”, disse.

A dentista de Curitiba Janaína Alessi, que está atualmente na Hungria, após passar por Áustria, Alemanha e República Tcheca, conta que o medo é real entre cidadãos locais e turistas. Ela tem evitado lugares com grande aglomeração de pessoas.

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“Evito transporte público e até mesmo pontos turísticos com medo de atentados. Ouvi rumores de bomba em Munique (Alemanha). Havia helicópteros e policiais por todo canto na ocasião”, conta.

Janaína chegou a Europa no dia 24 de agosto e deve retornar no próximo dia 24, mas se diz apreensiva pelo retorno. “Posso dizer que o clima está ficando tenso. Não vejo a hora de voltar”, diz.

O estudante curitibano Flávio Andrada, que está na Alemanha há seis meses, não tem tomado medidas restritivas, mas confessa temor. “Sempre há um medo de ataque, mas agora ele ficou maior, embora oficialmente não se fale muito disso. Tenho conversado com as pessoas e percebo que aumentou o nível de tensão”, diz Andrada, que mora na capital Berlim.

Apesar do medo, os brasileiros não citam ataques e tampouco casos sérios de violência envolvendo refugiados e cidadãos europeus -- situação diferente da relação entre imigrantes e policiais, que entraram em confronto na Hungria e Croácia nesta semana.

Percalços

Se a segurança preocupa, outro problema tem afetado os turistas nos países onde o fluxo é maior, como Áustria, Alemanha, Hungria e Croácia: a dificuldade de trânsito.

“No dia 16, todos os trens de Viena [capital austríaca] para Budapeste [capital húngara] foram cancelados. A estação de Viena estava um caos. Refugiados e turistas tentando reaver o dinheiro da passagem. Não havia passagem de avião disponível. Não era permitido alugar carro. Consegui sair do país de ônibus. Mas meu passaporte foi vistoriado três vezes até eu conseguir entrar no veículo”, conta Janaína.

“Entre Munique [Alemanha] e Praga [República Tcheca] havia policiais dos dois países vistoriando os passaportes dentro do trem”, completa.

Apesar dos percalços, a dentista pretende seguir a programação de viagem: o próximo país a ser visitado é a Croácia -- o transporte será feito de avião.

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