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Tegucigalpa - O retorno do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, reacendeu a crise e pode aprofundar ainda mais os prejuízos financeiros num país que é um dos mais pobres do continente e cuja economia é completamente dependente da ajuda de organizações internacionais.

Temendo o desabastecimento, os hondurenhos lotaram ontem os supermercados para estocar produtos. A preocupação não é infundada, já que muitos caminhões com alimentos foram impedidos de entrar no país porque as fronteiras estão fechadas.

A crise, detonada com o golpe em 28 de junho, deixou Honduras isolada e fez o Produto Interno Bruto (PIB) do país (de US$ 13,78 bilhões) encolher 6%. E o impacto da tensão no país é maior entre os mais pobres – segundo o Banco Mundial, mais da metade da população vive abaixo da linha de pobreza e dois terços dos hondurenhos estão na faixa de extrema pobreza. O desemprego no país atinge mais de 27% da população.

O turismo, uma das principais fontes de riqueza dos hondurenhos, caiu cerca de 70% nos últimos dois meses. É um dos setores mais atingidos em decorrência da violência nas ruas.

Outro agravante são as sanções impostas a Honduras logo após o golpe. Somente os EUA cortaram R$ 36 milhões em ajuda financeira, sendo US$ 18 milhões em apoio militar.

O Banco Mundial também congelou a entrega de um crédito de US$ 270 milhões ao governo hondurenho. E o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) suspendeu o repasse de cerca de US$ 200 milhões. Além disso, a União Europeia congelou US$ 92 milhões em ajuda a Tegucigalpa. Outro risco que o país corre com a crise é perder seu maior parceiro comercial, os EUA, que compra 67% das exportações de Honduras, cujos principais produtos são café, banana e frutos do mar.

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