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Há alguns dias, quando um jornalista lhe perguntou o que acontecerá no dia 28 de outubro, data da eleição presidencial argentina, Néstor Kirchner respondeu: "Não sei, não sou bruxo".

Embora algumas vezes tente ser cauteloso em suas declarações sobre a campanha eleitoral estrelada pela primeira-dama, Cristina Fernández de Kirchner, quando governa o presidente não hesita em adotar polêmicas medidas que favorecem a candidatura de sua mulher.

A mais recente dessas iniciativas foi o aumento de 12% do gasto público previsto no Orçamento para este ano - aprovado por decreto de necessidade e urgência.

De acordo com o decreto, assinado sexta-feira por Kirchner, o Orçamento será elevado em US$ 4,739 bilhões, montante a ser distribuído entre todos os ministérios de seu governo.

Um dos mais beneficiados será o poderoso ministro do Planejamento, Julio De Vido, cuja pasta está envolvida em escândalos de corrupção, entre eles o da mala com US$ 790 mil retida pela Polícia Federal no início deste mês, três dias antes da chegada do presidente Hugo Chávez a Buenos Aires.

Grande parte do aumento aprovado por Kirchner será destinada a cobrir despesas relacionadas à crise energética que assolou o país nos últimos meses.

A aplicação da medida foi possível graças aos chamados "superpoderes", uma faculdade do Poder Executivo criada durante a crise econômica de 2001, que o presidente pediu ao Congresso que ratificasse para continuar alterando o Orçamento sem necessidade de aprovação legislativa. A lista de favores do presidente à primeira-dama é extensa.

Nos últimos meses, o governo Kirchner reajustou aposentadorias, salário-família e salário-mínimo e deu forte impulso a uma série de obras de infra-estrutura em todo o país.

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